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terça-feira, 8 de abril de 2014

Passos do processo psicodiagnóstico


O processo psicodiagnóstico é um processo científico, que parte de perguntas especificas, cujas respostas se estruturam em hipóteses que serão confirmadas ou não. O ponto de partida é o encaminhamento, com pressuposição de algum problema com explicação psicológica. O esclarecimento e a organização das questões do encaminhamento são responsabilidade do psicólogo. Os objetivos iniciais do psicodiagnóstico dependem das perguntas iniciais. A partir dos dados do psicodiagnóstico, é possível atender os objetivos do prognóstico e de prevenção. Após levanta a primeira ou segunda entrevista, há condições para estabelecimento com base na hipótese, e realizar contrato de trabalho.

O psicodiagnóstico é um processo limitado no tempo, e por isso após conclusões pode prever o tempo para realizar. A duração de um psicodiagnóstico constitui uma estimativa do tempo, em que se podem operacionalizar as tarefas pelo plano de avaliação, e, por conseguinte definir papéis, obrigações, direitos e responsabilidades. O contrato de trabalho é variável, porque dependem de muitos fatores, como a sintomatologia, estilo de trabalho e etc. O psicólogo compromete-se a realizar um exame, durante certas sessões, com duração e horários previstos, assim como o paciente compromete-se com o mesmo. Durante o contrato de trabalho, deve haver muita flexibilidade.
O plano de avaliação é um processo pelo qual se procura identificar recursos, que permitam estabelecer uma relação entre as respostas e perguntas. Importante ressaltar que entrevista, faz parte do plano de avaliação, assim como nem todas as hipóteses levantadas serão necessariamente testadas. Portanto, o plano de avaliação deve permitir obter respostas confiáveis, para questões colocadas. A escolha pelo instrumento, deve estar delimitada pelo objetivo do exame, sendo que deve levar em conta os fatores situacionais do paciente.
As baterias de testes é a expressão utilizada para designar um conjunto de testes ou de técnicas, que podem variar entre dois a cinco instrumentos, que são incluídos no processo psicodiagnóstico. A bateria de testes é utilizada porque nenhum teste isolado abrange o sujeito no seu todo, e as vários testes confirmam/validam os dados. Há baterias de testes, padronizadas para avaliações específicas (caso especifico), e as não-padronizadas, que organizadas a partir de um plano de avaliação (organizada de acordo com critérios mais flexíveis do que a bateria padronizada). A bateria de testes inclui teste psicométrico e técnicas projetivas. É importante baixar a ansiedade inicial, mas ter recursos para líder com uma situação ansiogênica, assim como é pertinente que haja tarefas simples, porque haverá momentos que o individuo ficara cansado, seja pela dificuldade, ou a fatigalidade, por outro lado, não é interessante acumular no inicio o desenho mesmo que tenha caráter lúdico. Na bateria de teses, o fator tempo deve ser levado em consideração.
O foco da testagem deve ser o sujeito, e na os testes. Por isso o psicólogo tem que primeiramente estabelecer um plano de avaliação, revisar as particularidades dos instrumentos e do paciente (exemplo: canhoto). Em segundo lugar deve estar familiarizado com instrumento, e instruções. Já em terceiro, o psicólogo deve organizar todo o material antes do paciente participar do teste, assim como ter outros matérias, como cronometro, lápis, borracha, apontador e outros. Em quarto lugar, ter em mente os objetivos para inclusão de cada técnica da bateria. E ao findar tudo isso, o psicólogo deve criar um clima agradável, descontraído, de confiança e entendimento, para assegurar o desempenho do teste, e eliciar o material. O ambiente é um fator importante, em que deve ser levado, em destaque como iluminação, posição das carteiras, tudo para que traga conforto e compreensão do teste, sem vieses (como no caso, de teste com cores, que a iluminação influencia o teste). Sobre a orientação do examinador, referente a instrução deve, estar atento se pode fazer repetição, assim como leitura, é recomendado a memorização.
O psicólogo não vai procurar nos testes a confirmação dos dados históricos ou situacionais. As hipóteses levantadas no início servirão de critério para a análise e seleção dos dados, para o enquadramento, por isso o objetivo do exame norteará a organização das informações. Nos testes quantitativos deve-se transformar o escore bruto em ponderado, assim como fazer a média, e o desvio padrão da população, para se aproximar do caso. A ênfase aos dados quantitativos, porque oferece uma base probabilística, e uma análise qualitativa. Já os dados qualitativos, perdem a objetividade, comparado com os quantitativos. Por isso, a necessidade de organizar os dados oriundos das diferentes técnicas, buscando entender as diferenças e igualdades.
O psicodiagnóstico é um processo cientifico que utiliza técnicas e testes psicológicos (input), e por meio de uma série de passos, termina com a comunicação dos resultados (output) após a integração e seleção dos dados.  A inferência é o processo que vincula o input ao output. A inferência pode ficar num nível simples, quando se baseia no levantamento quantitativo, ou pode ser feita em graus de generalização. A comunicação dos resultados (output) é a formalização oral e/ou escrita de conclusões que o psicólogo chegou, em função do nível de inferência. Na conclusão há seleções de informações, que estejam relacionados com os motivos do encaminhamento, e se mantém certo nível de inferência, previsto no exame.
O diagnóstico se aproxima do contexto médico, como no caso do psiquiatra, entretanto no processo, o psicólogo é convocado a identificar déficits ou funções preservadas, para um prognóstico. Por meio da classificação, poderá fazer predições sobre o curso provável do transtorno (prognóstico) e planejar a intervenção terapêutica adequada. O psicólogo deve realizar um embasamento psicodinâmico, para facilitar a opção por um tipo de terapia, e condução ao processo terapêutico. O objetivo da formulação psicodinâmica é facilitar o entendimento do médico da personalidade e conflitos psicológicos, para desenvolver uma intervenção, por isso a avaliação deve estar ancorando na teoria da personalidade. A formulação diagnóstica psicodinâmica, que é uma explicação da psicopatologia do paciente, em termos de seus conflitos inconscientes e mecanismos de defesa e das origens de seu comportamento atual na experiência de vida precoce.
Os sistemas de classificação dos transtornos mentais são a CID-10, e o DSM-IV. O DSM-IV é um modelo categórico, classificando os transtornos mentais, com base nos conjuntos de critérios que os definem. Os critérios são diretrizes para confecção de diagnósticos, para clínicos e investigadores. No DSM-IV, o Eixo I inclui todos os transtornos mentais, com exceção dos Transtornos de Personalidade e Retardamento Mental, já no Eixo II, outros focos de atenção clínica, e no Eixo III, que são transtornos mentais de diversas maneiras. No Eixo IV são problemas psicossociais, e no V, no nível de funcionamento. A classificação diagnóstica leva o psicólogo ou psiquiatra a realizar a coleta de dados de forma sistemática e organizada.
O psicodiagnóstico, quanto a sua estrutura, possui unidades fundamentais, como sujeito, psicólogo, testes ou técnicas psicológicas, psicodiagnóstico, receptor. O tipo de comunicação dos resultados é basicamente pelos objetivos do exame. O conteúdo pode variar quanto a natureza dos dados, conforme as questões a que responde.  A devolução (comunicação ou feedback) dos dados é obrigação do psicólogo, ao profissional que encaminhou o sujeito (Código de Ética). A comunicação oral parece ser um recurso mais esclarecedor e eficaz que as informações por escrito, porque cada item pode ser devidamente analisado e esclarecido, assim como a comunicação também deve ser sistemática ou assistemática.

Referencia

CUNHA, J. A. Passos do processo psicodiagnóstico. Em: CUNHA, Jurema A. e Cols. Psicodiagnóstico V. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. Cap. 11 

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1 comentários:

  1. Muito bom o resumo!!! Explica de forma clara os principais conceitos do livro da Jurema Alcides Cunha.

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