Tomemos
duas mercadorias bastante diferentes entre si: uma mesa, feita por um
marceneiro e um casaco feito por um alfaiate. Vamos imaginar que podemos trocar
a mesa pelo casaco. Isto significa dizer que a mesa e o casaco possuem o mesmo
valor-de-troca. Podemos também dizer que estas duas mercadorias necessitam para
serem produzidas da mesma quantidade de trabalho, ou do mesmo tempo de
trabalho.
Mas,
mesas e casacos são mercadorias tão diferentes entre si quantos são diferentes
o trabalho do marceneiro e do alfaiate. Se precisarmos de algo em comum entre a
mesa e o casaco para que possamos trocá-los e vimos que este elemento comum é a
quantidade de trabalho presente em ambos, a questão não se resolve para nós
quando observamos que o trabalho do marceneiro é diferente do trabalho do
alfaiate. Estaríamos novamente tentando trocar coisas que nada tem em comum.
Chamamos
de trabalho concreto o trabalho específico que resulta em um bem qualquer. O
trabalho do marceneiro tem uma série de características que o diferenciam do
trabalho do alfaiate e de todos outros trabalhos. Da mesma forma o trabalho do
alfaiate, do operário metalúrgico, do professor, do serralheiro. Cada uma
destas atividades laborativas tem características próprias que determinam sua
condição de trabalho concreto.
No
entanto, ao realizar suas tarefas, cada um destes trabalhadores consome uma
quantidade de energia humana que é da mesma qualidade independentemente da
atividade realizada. Cada um deles realiza um esforço físico e mental que
independe de sua atividade concreta. Este esforço, esta quantidade de energia
humana em geral chamamos de trabalho abstrato.
É o tempo
de trabalho abstrato que determina o valor de troca de uma mercadoria. Podemos
dizer que o trabalho concreto cria valores-de-uso e o trabalho abstrato cria
valores-de-troca.
Fonte:
O capital: texto de apoio. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABvxUAK/capital-texto-apoio.
Acesso em 17 de set. 2013.
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