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terça-feira, 17 de setembro de 2013

História da Psicologia Organizacional e do Trabalho

Segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO, 2012), resumidamente as atribuições da Psicologia do Trabalho, refere-se a recrutamento, seleção, orientação, aconselhamento, e treinamento profissional. Segundo pesquisa realizada com psicólogos do Brasil a POT, é a segunda área com mais inserção de psicólogos com 30%, perdendo apenas para clinica, com 34%.)
A Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT), aborda a relação entre o homem e o mundo do trabalho, sendo o campo de atuação voltado para entender o papel do trabalho na vida das pessoas. O tema central da POT é a preocupação com o trabalho em agrupamento de pessoas, em organizações, que está dividida em três áreas: o trabalho, a organização e o problema da gestão pessoal.
O trabalho faz parte da vida do individuo, pois desde a educação as pessoas passam se preparando para o trabalho, assim como o trabalho é um meio de sobrevivência, realização, adoecimento e construção da identidade. Organização (estrutura), para que ocorra trabalho é necessário, que exista um lugar para que sejam desenvolvidas as atividades profissionais. O problema da gestão de pessoas é na relação do trabalho com o individuo, que surge a necessidade de criar e aprimorar técnicas, estratégias e praticas que sejam aplicadas no contexto das organizações.


Sampaio (1998, p.21) as três faces da Psicologia do Trabalho, corresponde a as três momentos da historia desta psicologia no Brasil, sendo a primeira chamada de Psicologia Industrial, que resumidamente trata-se da seleção e colocação profissional. A segunda é a Psicologia Organizacional foi uma ampliação do objeto de estudo, assim como desenvolveu estudos de aprimoramento dos treinamentos e dos Recursos Humanos, sendo que está psicologia tinha caráter instrumental, o qual valorizava as teorias comportamentais.  A terceira face é foi a reposição da Psicologia do Trabalho, como área que buscou levar a compreensão mais próxima do homem que trabalha.
A antiguidade Clássica e o Período Medieval tiveram um baixo desenvolvimento quanto aos modos de produção do trabalho, em comparação com a modernidade. Isso se deve ao fato de que durante os dados primeiros períodos citados, o trabalho não era bem visto. Na antiguidade, a desigualdade entre os homens, eram pautadas sobre o pré-destinação, só trabalhavam aqueles que não nasciam para pensar (artesão e escravos). Já no período medieval, o trabalho era visto como um castigo divino (pecado), e a desigualdade se davam por Leis Divinas.
Com a ascensão do capitalismo e a modernização dos meios de produção, em meados do século XV, na Europa, ocorra uma luta por parte da burguesia que buscava a liberdade comercial, direito lucro dentre outras características que melhorariam o processo de troca, os ideias burgueses deste eram, nesta época, liberdade, igualdade e fraternidade. Com a queda do feudalismo e ascensão da burguesia ao poder, houve uma mudança do ponto de vista referente ao trabalho, o qual agora era uma atividade valorizada, a qual na verdade, só tinha propósito de uma determinada organização e disciplina para que o capitalismo fosse adiante – trabalhador se equivale à mercadoria.
Conforme a burguesia se destacava, o “povo” perdia espaço, destacava-se então a divergência entre os princípios de luta dos burgueses e o feito por eles. Sem qualquer outra saída, a classe dominada teve de vender sua força de trabalho para garantir a sobrevivência. Houve neste momento uma sobreposição de ideias feita pela burguesia.
A psicologia começa a aparecer em meados do século XIX, “articulado ás necessidades e contradições do capitalismo, impulsionada pelo progresso cientifico e tecnológico”. Surge de forma literal quando já houve a consolidação da burguesia, porém as psicologias vigentes em época, não viam o homem como um sujeito histórico. A psicologia burguesa tinha por objetivo justificar as naturalidade da produção de mercadorias numa sociedade capitalista e caracterizar em cada individuo conforme sua relação com a sociedade.
 A Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT), inicia-se como Psicologia Industrial, por causa da Revolução Industrial, com o surgimento das fábricas, as relações sociais se transformaram e as organizações tiveram como objetivo minimizar os conflitos seja através de acordo ou por ameaça.
A psicologia apareceu como fonte de técnicas aplicadas à busca do bem-estar mental.  Os instrumentos teóricos desse novo campo de estudo foram utilizados no recrutamento de soldados e na seleção de empregados para as fábricas.  Em 1913, Hugo Münsterberb publicou Psychology and Industrial Efficiency, obra que focalizava, sobretudo, as técnicas de seleção de pessoal e de ajuste funcional.
Frederick Taylor baseia-se na divisão do trabalho de modo prático e de fácil supervisão, com o lema da máxima produção e do mínimo custo por meio do estabelecimento do tempo padrão do trabalho. Neste período as jornadas de trabalho foram ficando exaustivas, com até 14 horas diárias e com o ritmo intenso exigido nas indústrias surgiram os primeiros estudos da POT, sobre fadiga, acidentes e fluxos de produção.
Nos anos 20 e 30, as atividades dos psicólogos se estenderam ao treinamento dos profissionais e também às investigações de fatores ambientais que afetavam a produtividade, os quais vários desses estudos tinham viés behaviorista.
Elton Mayo, foi um importante psicólogo deste período, destacava a importância do “sentimento”, entre gerente e empregado. Iniciou-se um período novo no universo do trabalho, em que a produtividade estava também associada à interioridade do indivíduo, à sua coleção de valores e, principalmente, a seu desejo de aceitação, de pertencer harmonicamente a um grupo, o qual concluiu Mayo.
No final dos anos 50, Douglas McGregor, professor do MIT Sloan School of Management, apresentou a teoria X, que funda-se na certeza que o homem é sempre preguiçoso, desobediente, desprovidos de responsabilidades, e avesso a responsabilidade. Na teoria Y, indica que o trabalhador é empreendedor, criativo, disciplinado, auto-orientado para atingir os objetivos da empresa e responsável.
McGregor destacou, que uma efetiva pratica motivadora, depende de intervenções na subjetividade, para a auto-realização, ou seja, é possível unir interesses corporativos e pessoais. Na Europa e nos EUA, a partir dos 50, foi atribuído ao psicólogo à função de criar acordos de cooperação e reciprocidade, o qual de certa forma, já existia nas linhas de produção japonesas, regidas pelo sistema toyotista.
Entre as décadas de 70 e 80 a atenção voltava-se para a satisfação dos indivíduos com suas atividades dentro das organizações. O objetivo era diminuir as tensões e os conflitos entre gestores e empregados.  A partir dos anos 90, os avanços tecnológicos transformaram a velha sociedade do patrimônio físico, industrial e material para a era da globalização trouxe novos desafios para a psicologia organizacional dos dias atuais. 
Hoje, com o aprimoramento das máquinas e dos meios de produção, o homem tem desempenhado mais as tarefas de liderança, de busca de soluções, de criação.  Por outro lado, o emprego ficou mais instável. Os desafios para o trabalhador e para as organizações são diários.  O empregado tem de lidar com a realidade de que precisar estar em constante atualização em um mercado altamente competitivo.
Atualmente a Psicologia Organizacional, tem a participação da Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT), que nasceu em 2001, que tem por objetivo promover a produção e divulgação do conhecimento cientifico. Em 2003 a 2005, no segundo mandato foi realizado o 1º Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho (CBPOT). A POT, conta com a FENAPSI, Federação Nacional dos Psicólogos, que aborda o estatuto e regimentos da Psicologia do Trabalho.

Autor: Rafael Barbosa
Fonte:
Diálogos com a psicologia Organizacional e trabalho Evolução desafios e novos rumos. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Aaw6GTT7jgc. Acesso em 17 de set. 2013.
Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/portal-mte/. Acesso em 17 de set. 2013.
Psicologia Organizacional e do trabalho. Disponível em: http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2011/01/RevistaDilogoN.5.pdf. Acesso em 17 de set. 2013.

SAMPAIO, J.R. Psicologia do Trabalho em três faces. In. GOULART, Íris; Sampaio, Jader R. (Orgs.). Psicologia do Trabalho e gestão de recursos humanos: estudos contemporâneos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998, p. 19-40.

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