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quarta-feira, 7 de maio de 2014

O grupo como instituição e o grupo nas instituições


Segundo Bleger (1998) o grupo é “um conjunto de indivíduos que interagem entre si compartilhando certas normas numa tarefa”. Entretanto o ponto de partida é o problema da simbiose e do sincretismo. Por isso a relação no grupo é paradoxalmente, por ser uma não-relação, de forma que propõe uma não-individualização, que se impõe como matriz ou estrutura básica de todo grupo (Relação de sociabilidade sincrética). A sociabilidade por interação se estrutura o conhecimento de psicologia grupal.
A identidade/existência do grupo se manifesta pelo cotidiano e pela estrutura e integração do ego individual e grupal (Grau de organização, amplitude e integração dos conjuntos de manifestações dos indivíduos). A individualização de um individuo ou grupo baseiam-se numa imobilização dos estratos sincréticos ou não discriminados da personalidade ou do grupo, por isso é importante ressaltar, que a identidade é dada pelo ego e ego sincrético (BLEGER, 1998);
Segundo Bleger (1998) é descartado por motivos didáticos, os grupos que por clivagem, não ocorre ou não existe. É plausível delimitar os aspectos institucionais do grupo terapêutico que funciona fora das instituições, e em seguida, o grupo terapêutico, deve funcionar como uma instituição. Bleger (1998), também define o grupo, como um conjunto de pessoas que entram em interação entre si, sendo baseado na sociabilidade com indiferenciação ou sincretismo.
O grupo terapêutico diferencia-se apenas, por ter um terapeuta que intervém papel especializado e predetermnado, envolvido num fundo sincrético. A concepção do senso comum, um grupo começa atuar, quando pessoas diferentes e separadas, obtém um espaço para interatuar. Já na concepção sartreana (nega aquilo que o autor expõe), somente com a interação, que vai existir o grupo, e ausência disso, nesta perspectiva é a “serialidade” (para o autor trata-se de solidariedade, indiscriminação ou sincretismo). Por isso cada individuo é igual a outro, ou seja, todos são iguais (BLEGER, 1998).
 Por outro lado, pelo naturalismo, o fenômeno realizado por um observador, é descrito, um fenômeno que existe independente do observador, por isso a definição do grupo, é de conjunto de indivíduos que interatuam com papéis. Por isso os fenômenos pela fenomenologia, com linguagem naturalista, correspondem por um grupo que se caracteriza por não relação ou fenômeno de não discriminação entre os indivíduos e entre o ego e os objetos. O autor utiliza o exemplo, para expor sobre o grupo, por isso, expõe do caso, em que a mãe e o filho, ambos estão na sala, mas fazendo coisas diferentes e independentes, na seqüência a mãe sai da sala, e a criança, logo sai a seguindo, ou seja, isto representa a sociabilidade sincrética (BLEGER, 1998).
Segundo Bleger a identidade grupal é formada pela identidade proporcionada por trabalha em comum, e que o fim é estabelecer interação e comportamentos institucionalizados, já a outra identidade é dada pela integração e interação entre as pessoas. Todavia outra identidade, que é particular é a identidade grupal sincrética, que não é dada pela integração ou interação, mas pela socialização. Segundo o autor quanto maior é o pertencimento a um grupo, maior é a identidade grupal sincrética (oposição a identidade por integração), assim como quanto maior foi a identidade por integração, menor será o pertencimento sincrético ao grupo.
Os tipos de grupos ou indivíduos que pertencem a grupos são de: 1º Tipo de individuo dependentes ou simbióticos, a medida que utiliza o grupo como pertencimento e equidade da identidade individual e grupal, sendo que estes indivíduos transforma o grupo numa organização estável, em que será uma interação superficial; 2º Tipo de  individuo é o de neuróticos ou normais, neste caso a neurose corresponde parte da personalidade, a medida que a tendência é de sociabilidade de interação, em que os sujeitos são ativo, “motivados” e que garantem a clivagem; 3º Tipo de individuo corresponde a indivíduos que não tiveram  e não irão estabelecer relação simbiótica (BLEGER, 1998).
Segundo Bleger (1998) a instituição, pode ser definida, como o conjunto de normas e atividades com valores e funções sociais. Todavia, também pode ser definida como organização, distribuição de funções. De igual, forma o grupo é uma instituição, mas ao mesmo tempo tende a estabilizar-se como organização, com padrões fixos e próprios. Segundo o autor, a organização da interação leva a anti-terapêutica, que ocorre no nível em que se organizam as interações de maneira fixa e estável, mas que ocorre fixação e estereotipia e outro nível se baseiam no controle sobre clivagem.
A organização e burocratização (antiprocesso) não para deve apenas a preservação ou compulsão da repetição das interações, mas garante a clivagem, e com isso descobre ou bloqueia os níveis simbióticos ou sincréticos. Segundo o autor, toda organização tem a mesma estrutura, que o problema que enfrenta, e pelo motivo que foi criada. As organizações possuem função de manutenção e controle da clivagem (burocratização). As organizações formam parte da nossa personalidade. Segundo o autor, o ser humano antes de ser pessoa é um grupo, a medida que sua personalidade é o grupo. Assim como para trabalhar em instituição, por meio da Psicologia Institucional, a dinâmica de grupo é uma técnica para enfrentar os problemas organizacionais. Por isso um dos problemas das organizações, não apenas a dinâmica intragrupal, mas intergrupal (BLEGER, 1998).

REFERENCIA

BLEGER, J. O grupo como instituição e o grupo nas instituições. In: _____. Temas de Psicologia, entrevista e grupos. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 101- 122. 

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