Em 1939, Frank utilizou a expressão “métodos projetivos”
para explicar o teste de associação de palavras e Jung (1904), testes de manchas de tinta de Rorschach
(1920) e T.A.T. (teste de invenção de histórias) de Murray (1935). Frank
mostrava que tais técnicas formam o protótipo de uma investigação dinâmica e
global da personalidade, ou seja, aborda a personalidade como uma estrutura em
evolução, cujos elementos constitutivos se encontram em interação. O termo
aplicado por Frank, sobre projeção, se aproxima de teste, em que o sentido das
palavras, no dicionário Robert, se aproximam. Num primeiro sentido, a palavra
denota uma ação física, por exemplo, um lançamento de projéteis. Já Freud,
destaca que a paranóia consiste em expulsar a consciências os sentimentos
repreensíveis, atribuindo-os a outra pessoa.
No segundo sentido, é matemático, em que se encontra na geometria
projetiva, em que a projeção estabelece correspondência entre um ponto do
espaço e um ponto de uma superfície. O terceiro sentido da palavra “projeção”,
tem origem na ótica, em que uma projeção luminosa envia raios sobre a
superfície.
A palavra projeção foi transposta para psicofisiologia, em que uma sensação é projeta para um órgão, e pela psicologia, em que os estados afetivos são projetados pelo sujeito. Na Psicologia, a palavra projeção ganha sentido, como descarga de impulsos e emoções, no segundo sentido estabelece uma correspondência estrutural entre a personalidade e as produções individuais, e o terceiro sentido é o veiculo das representações arcaicas da imagem do corpo
Segundo Freud, a projeção num primeiro momento seria “uma percepção interna é reprimida, e substituindo-a, seu conteúdo, após sofrer certa deformação, chega a consciência sob a forma de uma percepção vinda d exterior”. Por isso neste caso a projeção é a expulsão de um desejo intolerável e sua rejeição para fora da pessoa, em outras palavras, é a projeção daquilo que não se quer ser Já num segundo momento amplia o campo para as técnicas projetivas. Por isso a projeção conserva o conteúdo do sentimento inconsciente, deslocando o objeto de tal sentimento.
A situação de teste projetivo tem como característica,
para o individuo a situação análoga de liberdade, o que tem a introdução de um
material prévio, e um inquérito posterior. A liberdade de expressão e liberdade
de tempo constituem, dois princípios comuns ao tratamento psicanalítico e
aplicação de testes projetivos. As associações livres devem ser provocadas no
sujeito, por meio de material informe ou ambíguo, sendo que as instruções
subordinam o sujeito a sua própria vontade. A estruturação inconsciente do
material, a liberdade das respostas e do tempo, o fluxo relativo das instruções
tornam a situação projetiva em certa medida “vazia”, em que o sujeito deve
preencher, recorrendo menos a suas aptidões e inteligência, e mais a
personalidade. A angustia associa-se a representações fantasmáticas
inconscientes que transparecem no conteúdo as respostas. Já na regressão, há o
aspecto formal (regressão do pensamento racional por imagens/representação
figurativa), há o aspecto cronológico (regressão da adulta para infância) e há
o aspecto tópico (regressão do ego ao id).
Referencias
ANZIEU, D. O conceito de projeção em psicologia. Em:
ANZIEU, D. Os métodos projetivos.
Trad. Maria Lucia Eiraldo Silva. 2ª. Ed. Rio de Janeiro. Ed. Campus, 1979. Cap.1.
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