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terça-feira, 8 de abril de 2014

Roteiro de Estudo em Psicofarmacologia - Farmacocinética


1-           Quais as principais vias de administração de drogas? Cite as vantagens e desvantagens destas vias. Quais as formas farmacêuticas empregadas nestas vias?
RESPOSTA: As principais vias de administração das drogas são as Enterais (Oral, Bucal, Sublingual, Retal) e Parenterais são diretas (Intravenosa, Intramuscular, Subcutânea, Intradérmica, Intra-arterial, Intra-articular, Peridural, Intratecal, Intracárdica) e as indiretas (Cutânea, Respiratória ou Pulmonar, Conjutival, Geniturinária, Intracanal).
Vias Enterais: As vantagens da via oral é que ela é indolor, fácil administração, baixo custo, já as desvantagens é que ela pode ter sabor ou odor desagradável, ação é devagar, não recomendado para situações de emergência. As vantagens da via bucal ou sublingual é que ela é de fácil acesso e aplicação, gera circulação sistêmica, latência curta, sem efeito de primeira passagem, estabilidade da droga, já as desvantagens é de pequenas doses, não utilizado em pacientes inconscientes, e dificuldade em pediatria. Via sublingual ou bucal a vantagem é que o efeito é rápido, com pequena concentração, e utilizado em casos de emergência. Via retal, deve se utilizar o supositório, as vantagens são que cai direto na circulação sistêmica, e pode se utilizada quando não dá pra usar na via oral e parenteral, já as desvantagens são de baixa aceitação do paciente, absorção irregular e incompleta, expulsão, irritação da mucosa e resposta farmacológica imprevisível.

Vias Parenterais Diretas: A via intramuscular (IM), é feito nas nadegas as vantagens, são de efeito rápido com segurança, depósito ou liberação retardada, fácil aplicação, já as desvantagens, é que é necessário treinamento, substancia irritantes, precipitação da droga, dor no local da injeção. Via Endovenosa (EV) à vantagem é que a droga vai direto à veia, níveis plasmáticos obtidos de forma rápida, fácil controle da dose, administração de grandes volumes, excelente para casos de emergência, já as desvantagens são de dor e incomodo ao paciente, liberação de autocóides, treinamento, depois de injeta a droga para tirar é difícil, alto custo. Via subcutânea (SC), ocorre à administração na pele as vantagens são de auto-administração (insulina), absorção lenta e completa, já as desvantagens são de dor e drogas irritantes.
Vias Parenterais indiretas: A via ocular, é necessária ter uma técnica de aplicação, compreender o tamanho da gota e o ph da solução. Já a via pulmonar, as vantagens são de facilidade de determinar a dose, rápido inicio de ação, e para uso local, tem maior efeito, já as desvantagens são de dificuldade de administração/adesão, pacientes com doenças pulmonares devem ser capazes de inalar corretamente, disponibilidade variável. A via Transdérmica, as vantagens são de manutenção dos níveis plasmáticos terapêuticos, evita dificuldades das técnicas de difusão contínua, baixa incidência de efeitos adversos e cooperação do pacientes, já as desvantagens é de ph entre 5 a 9 em meio aquoso, e necessidade diária da droga < 10 mg.

As formas farmacêuticas são sólidas (cápsulas, comprimidos, drágeas, óvulos, pérolas, pílulas, pós, supositórios), pastosas (cataplasma, cremes, pastas, pomadas, ungüentos), líquidas (Alcoolaturas, colutório, emulsões, Enemas, linimentos, óleos medicinais, tinturas, xaropes), especiais (aerossóis, ampolas, bandagens, colírios) e gasosas (vaporização).
Na forma sólida: Os comprimidos são cilíndricos, que resultam da compressão de um pó cristalino ou de um granulado. As cápsulas: são pequenos invólucros destinados a conter, um pó ou um líquido. As drágeas são comprimidos revestidos por uma substancia de modo a evitar a sua fácil desagregação, para proteger o principio ativo e facilitar na digestão. Os óvulos são destinados a serem introduzidos na vagina. Os supositórios são de consistência firme, de forma cônica, destinadas a serem inseridas no reto, onde devem desintegrar-se.
Na forma pastosa: Os cremes são do tipo de preparação em que o excipiente utilizado é uma emulsão do tipo água/óleo. As pomadas são preparações semi-sólidas numa base lipídica, para ser absorvido na pele.
Na forma líquida: Emulsões são sistemas dispersos de duas fases líquidas, que pode ser feita a partir de água em óleo (A/O) ou o contrário (O/A). As soluções são misturas homogêneas de duas ou mais substancias ativas em solventes líquidos, em concentrações inferiores a sua solubilidade. Os xaropes é uma substancia ativa, sob a forma de pó, dissolvida numa solução aquosa açucarada concentrada.
Na forma gasosa, a vaporização é resultante da libertação de vapor de água por si só, ou contendo anti-sépticos, e que se destinam a ser inalados.
Na forma especial, os aerossóis se caracterizam por micro-gotas, que forma uma suspensão coloidal. Os sprays são semelhantes aos aerossóis, mas com diâmetro maior.

2-           Quais os cuidados a serem observados na administração de medicamentos por via parenteral?
RESPOSTA: Os cuidados que devem ser observados na administração de medicamentos por via parenteral, é que uma vez administrada é impossível tirar, assim como o risco de infecção, e o tipo de tecido que vai ser injetado, e a pessoa deve estar treinada para aplicar, e com a precipitação da droga, como é importante verificar sobre assepsia, infecção.

3-           Qual o volume máximo a ser injetado nas vias ID, SC, IM e EV?
RESPOSTA: As vias parentais, que são: Intramuscular (IM) tem o volume máximo de 0,5 a 15 ml (glúteo). Já a via endovenosa (EV) não tem limite de liquido, até 20 Litros. Na via subcutânea (SC) tem o volume máximo de 2 ml. E a intradérmica (ID) tem o volume máximo de utilizada para vacina e teste, para teste é 0,5ml, para vacina 1ml.

4-           Drogas injetadas (IM ou SC) em solução aquosa são mais rapidamente absorvidas do que em solução oleosa? Por quê? Cite outras maneiras de retardar a absorção de drogas.
RESPOSTA: Em soluções aquosas os fármacos são absorvidos mais rapidamente do que aqueles administrados em soluções oleosas. A concentração do fármaco influencia na velocidade de absorção. As drogas em solução aquosa, que não precipitam podem ser administradas diretamente na circulação por esta via. Podemos dissolver substâncias em óleos o que faz sua velocidade de absorção ser mais lenta e uniforme. Substâncias de baixa solubilidade são também lentamente absorvidas a partir desta via. As drogas atravessam membranas celulares por processos ativos e passivos (quanto mais aquoso o fármaco, mais fácil, a passagem pela membrana). Quanto mais lipossolúvel, melhor a absorção do fármaco, pois o medicamento passa mais facilmente pela bicamada lipídica. A absorção do fármaco é mais rápida se o solvente escolhido for miscível a água.

5-           Certo anestésico é administrado a ratos por diferentes vias: grupo 1 (VO); grupo 2 (EV); grupo 3 (SC); grupo 4 (IM). Qual será a ordem de aparecimento de efeitos nos grupos? Por quê?
RESPOSTA: O aparecimento dos efeitos acontecerá primeiro pela via Endovenosa, à medida que a droga vai ser injetada e vai direto para a corrente sanguínea. Em seguida outro tipo que é rápido, é a via intramuscular ou subcutânea é a administração da substância em uma camada mais funda, mas onde ainda teria que haver absorção para a corrente sanguínea, mas por ser em uma camada mais profunda, a intramuscular, essa absorção ocorre mais rápida. E por ultimo a via oral, que pode sofrer o efeito de inativação.

6-           Como se calcula a dose pediátrica para determinado fármaco?
RESPOSTA: Regra de Clark: 
Dose infantil = peso da criança / 70 x dose adulto


7-           A dose de uma droga para adultos é de 5g. Qual a dose a ser administrada a uma criança de 2 anos?
RESPOSTA: 15 kg/70 kg x 5g = 1,07g

8-           O que é coeficiente de partição O/A? Qual sua importância na absorção de fármacos?
RESPOSTA: Principal fonte de variação na permeabilidade da membrana é a lipofilia da molécula, dada pelo seu coeficiente de partição o/a. A solubilidade dos fármacos é uma propriedade importante pra a sua absorção e, conseqüentemente, para a sua atividade. Para serem absorvidos, os fármacos devem estar solúveis no meio onde ocorrerá a absorção. Fármacos pobremente solúveis em água não são absorvidos adequadamente, não atingindo concentrações plasmáticas ideais. Por sua vez, fármacos muito hidrossolúveis não atravessam as membranas plasmáticas por difusão passiva, que é o principal processo de absorção de fármacos. Portanto, é importante que seja determinado o coeficiente de partição o/a do fármaco, para se ter em conta a sua hidrossolubilidade, e que este seja apropriado. O coeficiente de partição o/a (P) é uma maneira de se determinar a lipo ou hidrossolubilidade de uma substância e prever a sua absorção.
9-           A toxina botulínica é uma macromolécula protéica absorvida em nível de intestino. Como se explica o seu mecanismo de absorção?
RESPOSTA: Injetada no músculo, esta neurotoxina causa paralisia de longa duração confinada ao local da injeção. Está aumentando o seu uso para tratar o espasmo muscular. Com a toxina botulínica, ocorre o processo de liberação do transmissor (o que é), que impede a liberação.   A injeção local de toxina botulínica, atualmente, uma aplicação mais especifica para o tratamento de paralisia cerebral. Bloqueia liberação de acetilcolina, em que produz paralisia flácida do músculo esquelético e atividade diminuída das sinapses.

10-        Quais os principais mecanismos de transporte através de membranas biológicas?
RESPOSTA: Os principais mecanismos de passagem de substâncias através das membranas são o transporte passivo, o transporte ativo e os transportes de massa.
Transporte Passivo - Ocorre sempre a favor do gradiente, no sentido de igualar as concentrações nas duas faces da membrana. Não envolve nenhum gasto de energia. A – Osmose: A água se movimenta livremente através das membranas celulares. Esse movimento se faz do local de menor concentração de solutos (pois é o local de maior concentração de água!) para o local de maior concentração. A pressão com a qual a água é forçada a atravessar a membrana é conhecida por pressão osmótica. A osmose não é influenciada pela natureza do soluto, mas pela quantidade de partículas de soluto existentes em uma solução. B – Difusão simples: Consiste na passagem de partículas de soluto do local de maior para o local de menor concentração, tendendo a estabelecer um equilíbrio. É um processo geralmente lento, exceto quando o gradiente de concentração é muito elevado ou quando as distâncias a serem percorridas pelas partículas forem muito pequenas.A passagem de substâncias relativamente grandes através da membrana se dá por intermédio de poros que ela possui, e que põe diretamente em contato o hialoplasma e o meio extracelular. C - Difusão facilitada - Algumas substâncias entram nas células a favor do gradiente de concentração e sem gasto de energia, mas com uma velocidade muito maior do que a que seria esperada se a entrada ocorresse por difusão simples. Nas células, isso acontece, por exemplo, com a glicose, com os aminoácidos e com algumas vitaminas.
Transporte Ativo - Nesse mecanismo de transporte, atuam moléculas carregadoras que também são proteínas. Ocorre contra o gradiente de concentração e com gasto de energia. Os mecanismos de transporte ativo agem como "portas giratórias", que recolhem uma substância em uma das faces da membrana e a soltam na outra face.
Transportes de Massa - As células são capazes de englobar grandes quantidades de materiais "em bloco". Geralmente, esses mecanismos são empregados na obtenção de macromoléculas, como proteínas, polissacarídeos, ácidos nucléicos, etc.

11-        Quais os fatores que influenciam no transporte de drogas por difusão passiva, aquosa e lipídica? Por quê?
RESPOSTA: Gradiente de concentração; do mais concentrado para menos concentrado.  Coeficiente de partição (óleo/água); quanto maior o coeficiente de partição o óleo/água maior coeficiente de Liposolubilidade e menor o de hidrossolubilidade.

12-        O sulfato de magnésio administrado por via parenteral tem ação depressora do SNC, ação bloqueadora neuromuscular e atividade relaxante da musculatura lisa do aparelho digestivo. Entretanto, sendo administrado por via oral tem efeito laxante. Por quê?
RESPOSTA: O sulfato de magnésio pela via oral não é muito bem absorvido, gerando efeito laxante, já quando é no sangue esse efeito não acontece.

13-        Quais os tipos de drogas são transportadas por transporte ativo?
RESPOSTA:
No transporte ativo, ou mediado por transportadores ou carregadores das membranas envolve compostos protéicos da membrana celular capazes de se combinar com a molécula de um fármaco na superfície da membrana, e, formam o complexo carregador-soluto (o soluto é o medicamento), sendo o soluto transportado através da membrana, posteriormente liberado no interior da célula, enquanto o carregador volta à superfície celular onde pode se combinar com outra molécula do soluto. Por exemplo, alguns ácidos fracos como os salicilatos (como a aspirina) e os barbituratos (como o fenobarbital) dissociam-se na forma não ionizada sendo facilmente absorvidos no estômago, pois, apresentam maior Liposolubilidade. O propranolol, como a maior parte das moléculas encontra-se na forma ionizada, tem menor Liposolubilidade, e, consequentemente, menor absorção pela mucosa do estômago sendo a maior parte do fármaco absorvido pelo intestino delgado.

14-        Porque o sulfato de bário ingerido não é absorvido?
RESPOSTA: Não é absorvido, portanto não sofre metabolização. É totalmente eliminado pelo trato gastrintestinal (100% de eliminação fecal).

15-        Cite os prováveis mecanismos de transporte nas seguintes condições: a) o clorofórmio passa do sangue às células cerebrais; b) o cálcio acumulase nos ossos.
RESPOSTA: a) Clorofórmio – solvente – difusão passiva. B) Cálcio – íons – bomba – transporte ativo

16-        Uma substância (A) é um ácido fraco. O ph extracelular é 7,4  e o intracelular é 7,0. Onde deverá ocorrer maior concentração de droga? Por quê?
RESPOSTA: pH extracelular à

17-        A aspirina (ácido acetilsalicílico) possui pKa de 3,3. Onde ela será preferencialmente absorvida, no estômago (pH1,4) ou no intestino (pH6,4)?
RESPOSTA: As drogas ácidas são mais bem absorvidas são melhor no meio acido, como a aspira, possui pKa (constante de acidez, ou seja, quanto menor, mais acido) de 3,3 por isso a absorção será no estomago, com pH de 1,4. Já as drogas básicas são melhor absorvidas no meio básico.

18-        Distribuição de drogas. Conceitos e fatores que determinas a distribuição de drogas. Importância das proteínas plasmáticas.
RESPOSTA: A distribuição é a transferência reversível da droga de um local do organismo para outro, sendo que a extensão da distribuição é determinada, pela partição de várias membranas, ligação a componentes teciduais, ligação de componentes sanguíneos (como  proteínas plasmáticas), e volume fisiológico. Os fatores afetam a distribuição de drogas é a velocidade de distribuição ( permeabilidade e fluxo sanguíneos), e extensão da distribuição (lipossubilidade, pH e pKa, ligação a Pt plasmáticas e ligação ao meio intracelular)

19-        O que é volume de distribuição?
RESPOSTA: Por meio do Volume aparente de distribuição (Vd), é possível determinar a extensão da distribuição. Vd = Quantidade de droga no corpo/ Concentração da droga no sangue ou plasma

20-        Qual a importância da albumina plasmática como reservatório de drogas no curso da ação de um fármaco? Cite outros reservatórios biológicos de drogas.
RESPOSTA: A importância da albumina plasmática, é que está é uma proteína que muda meia vida do medicamento, sendo porque só a droga livre é distribuída, ou seja, deposito de droga no organismo, sendo que o deposito tecido adiposo, cálcio, cérebro, tecido muscular

21-        Como certas drogas quando administradas a recém-nascidos podem precipita o aparecimento do “Kernicterus”? Cite 2 exemplos destas drogas.
RESPOSTA: Analgésico, Antitérmico, Antiinflamatório

22-        Como se explica o efeito ultracurto de alguns anestésicos como o tiopental?
RESPOSTA: O tiopental é um fármaco extremamente lipofílico e potencia o efeito inibitório . Pode levar a inconsciência em 30 segundos, atravessando muito rapidamente a barreira hematoencefálica. Posteriormente ocorre re-distribuição para outros tecidos do corpo, o que explica uma rápida recuperação do despertar. Administrações seguidas fazem o fármaco acumular-se no organismo o que pode provocar um despertar lento, pela lenta metabolização hepática.

23-        Conceitue barreiras hematoencefálica e hematoplacentária?
RESPOSTA: Barreira hematoencefálica (BHE) é uma estrutura membrânica que atua principalmente para proteger o Sistema Nervoso Central (SNC) de substâncias químicas presentes no sangue, permitindo ao mesmo tempo a função metabólica normal do cérebro. É composto de células endoteliais, que são agrupadas muito unidas nos capilares cerebrais. Esta densidade aumentada restringe muito a passagem de substâncias a partir da corrente sanguínea, muito mais do que as células endoteliais presentes em qualquer lugar do corpo. Na barreira hematoplacentária (BHP), a passagem dos compostos ocorre por difusão passiva, transporte ativo, pinocitose e também por fendas da membrana placentária. Por essa razão a barreira, permite passar inúmeros compostos. Além da Liposolubilidade do fármaco, a passagem depende também do peso molecular do composto e da circulação placentária (quanto maior, mais intensa a passagem).

24-        Porque praticamente não há passagem de íons do sangue para o sistema nervoso central?
RESPOSTA: A Liposolubilidade de substâncias não-ionizadas e não-ligadas do fármaco é um determinante importante de sua recaptação pelo cérebro; quanto mais lipofílicas forem, maior a probabilidade de atravessar a barreira hematoencefálica. Tal circunstância costuma ser utilizada na concepção de fármacos para alterar a distribuição cerebral; por exemplo, os anti-histamínicos não-sedativos alcançam concentrações cerebrais muito menores do que os outros agentes dessa classe. Os fármacos administrados na circulação sistêmica por qualquer via, exceto a intra-arterial, estão sujeitos a uma possível eliminação de primeira passagem no pulmão antes da distribuição para o resto do corpo. Os pulmões servem como local de armazenamento temporário para vários agentes, especialmente os fármacos que são bases fracas e predominantemente não-ionizados no pH do sangue, aparentemente por sua partição em lipídios. Os pulmões também servem de filtro para partículas que podem ser administradas por via intravenosa e, evidentemente, fornecem uma via de eliminação de substâncias voláteis

25-        O que é Biotransformação?
RESPOSTA: A Biotransformação submete o fármaco a reações químicas, geralmente mediadas por enzimas, que o convertem em um composto diferente do originalmente administrado. Os fármacos mais lipossolúveis necessitam ser transformados antes da excreção. A Biotransformação se processa principalmente no fígado e consiste em carregar eletricamente o fármaco para que, ao passar pelos túbulos renais, não seja reabsorvido.Esse processo geralmente inativa o fármaco, pois, além de modificar pontos fundamentais de sua estrutura, diminui a possibilidade de que chegue aos tecidos suscetíveis. A Biotransformação é, para esses fármacos, sinônimo de eliminação. Algumas vezes, entretanto, originam-se metabólitos ativos ou até mais ativos que o fármaco administrado, então denominado pró-fármaco.Após a fase I podem originar metabólitos ativos ou inativos. Após a fase II, a grande maioria dos fármacos está inativada.

26-        Qual a finalidade da Biotransformação?
RESPOSTA: Os mecanismos de Biotransformação envolvem uma série de reações químicas dependentes das enzimas hepáticas. Um fármaco pode sofrer uma ou mais transformações até que se produza um derivado com real possibilidade de excreção. Nessa segunda circunstância, a primeira reação é preparatória, produzindo um composto intermediário que ainda deverá sofrer nova reação, gerando-se ao final um metabólitos ativos ou inativos.

27-        Quais as principais reações envolvidas na Biotransformação de drogas?
RESPOSTA: As reações de fase I (localizam-se principalmente no retículo endoplasmático) introduzem ou expõem um grupo funcional no composto original. Em geral as reações de fase I resultam na perda da atividade farmacológica, embora existam exemplos de retenção ou potencialização desta atividade.As pró-drogas inativas são convertidas rapidamente em metabólitos com atividade biológica, geralmente com a hidrólise de uma ligação éster ou amida.Se não forem rapidamente excretados na urina, os produtos das reações de Biotransformação da fase podem interagir com compostos endógenos para formar conjugados altamente hidrossolúveis.
As reações de conjugação da fase II (ocorrem nos sistemas enzimáticos do citoplasma) determinam a formação de uma ligação covalente entre um grupo funcional no composto original e o ácido glucrônico, o sulfato, o glutatião, aminoácidos ou o acetato. Esses conjugados altamente polares costumam ser inativos e são e são excretados com rapidez na urina e nas fezes. A principal característica das reações de conjugação da fase II é a sua necessidade de energia. A glicuronidação é a reação de conjugação mais importante em termos quantitativos.A sulfatação também é uma reação importante para os grupos hidroxila.

28-        Quais as principais enzimas envolvidas na Biotransformação de drogas?
RESPOSTA: Em cada um desses processos ocorrem reações específicas catalisadas por enzimas, cuja produção é determinada geneticamente. Assim, através de processos de transcrição e tradução, alguns genes controlam a produção de enzimas que atuam especificamente nas diferentes etapas da farmacocinética das drogas As famílias de isoenzimas CYP1, CYP2 e CYP3 estão envolvidas em diversas reações da fase I do metabolismo, incluindo hidroxilação, demetilação e dealquilação. Essas reações metabólicas não são específicas para uma isoenzimas Em geral, um fármaco pode ser substrato de uma única isoenzimas CYP450 ou de mais de uma, seja em um dado momento ou simultaneamente. Além disso, pode ser substrato de uma isoenzimas CYP450 e atuar como inibidor da mesma. Atuando como inibidor da atividade das isoenzimas, pode provocar interações potenciais com outros fármacos. Um fármaco pode ainda, inibir uma isoenzimas CYP450 que não esteja relacionada com o seu processo de Biotransformação

29-        O que é indução enzimática e a sua importância?
RESPOSTA: Processo pelo qual uma enzima (induzível) é sintetizada em resposta a uma molécula indutora específica. Uma característica interessante de alguns desses substratos farmacológicos quimicamente distintos é a sua capacidade, com ad ministração repetida, de “induzir” o Citocromo P450 ao aumentar a velocidade de sua síntese ou ao reduzir a sua taxa de degradação . A indução leva a uma aceleração do metabolismo e, em geral, a uma diminuição da ação farmacológica do indutor, bem como das drogas co-administradas. Todavia, no caso de drogas transformadas metabolicamente em metabólitos reativos, a indução enzimática pode exacerbar a toxicidade tecidual mediada pelos metabólitos Diversos substratos parecem induzir isofòrmas do Citocromo P450 com massas moleculares diferentes, que exibem especificidades de substratos e características imunoquímicas e espectrais diferentes.

30-        Explique o efeito enterohepático de uma droga.
RESPOSTA: Os conjugados de alto peso molecular excretados na bile estão sujeitos a clivagem enzimática da ligação de conjugação pela microflora intestinal e à liberação do fármaco original de volta a circulação sistêmica. Este fenômeno pode associar-se a um retardo na eliminação da droga no organismo e a um prolongamento do efeito. Sistemas de transporte semelhantes aos dos rins também estão presentes na membrana e secretam ativamente fármacos e metabólitos diretamente na luz intestinal através da bile. A membrana intestinal, por sua vez, também pode permitir a reabsorção do fármaco direto para a corrente sanguínea. Essa reciclagem enterohepático, se extensa, pode prolongar a presença de um fármaco e seus efeitos no corpo antes de sua eliminação por outras vias.

31-        Quais as principais vias de excreção de drogas?
RESPOSTA: A principal via de excreção é a renal, podendo ocorrer outras vias: biliar e pulmonar (drogas voláteis), sendo que as drogas eliminadas pelos rins devem ser hidrofílicas e não voláteis.Os fármacos são eliminados do organismo inalterados pelo processo de excreção ou convertidos em metabólitos. Os órgãos excretores, com exceção do pulmão, eliminam os compostos polares de modo mais eficiente que as substâncias altamente lipossolúveis. Desse modo a eliminação dos fármacos em sua maioria só é bem sucedida quando o mesmo é metabolizado em compostos mais polares. Rim: é o principal órgão de excreção dos fármacos e seus metabólitos. Fezes: as substâncias excretadas por essa via são principalmente: 1) fármacos não-absorvidos ingeridos por via oral ou 2) metabólitos excretados na bile ou secretados diretamente para o trato intestinal e seguidamente não reabsorvidos.

32-        Quais são os três processos renais responsáveis pela excreção de drogas?
RESPOSTA: A excreção de fármacos e metabólitos na urina envolve três processos: 1) filtração glomerular, 2)secreção tubular ativa e 3) reabsorção tubular passiva. A quantidade de fármaco que entra na luz do túbulo depende da taxa de filtração glomerular que, por sua vez, depende da extensão de ligação plasmática do fármaco sendo que apenas os fármacos livres são filtrados.Nos túbulos proximal e distal as formas não ionizadas de ácidos e bases fracos sofrem reabsorção passiva. Isso fica claro se considerarmos que formas ionizadas apresentam polaridade mais acentuada que seu inverso sendo, portanto, mais facilmente eliminadas. Dessa forma a seguinte dinâmica pode ser estabelecida: Quando o pH da urina se torna mais alcalino ocorrerá maior ionização dos ácidos fracos diminuindo a reabsorção passiva e facilitando a excreção. Quando a urina se torna mais ácida ocorre uma diminuição na excreção de ácidos fracos.  Quando o pH da urina se torna mais ácido ocorrerá maior ionização das bases fracas diminuindo sua reabsorção passiva e facilitando sua excreção.Inferência clínica: no tratamento da intoxicação farmacológica, a excreção de alguns fármacos pode ser apressada por uma alcalinização ou acidificação da urina.Clearence ou depuração (Cl): é a depuração do fármaco do sangue a partir do órgão que o elimina. O Cl mede o volume do plasma que fica livre do fármaco em determinado tempo (Cl = Vd x Kel). Ø  Constante de eliminação (Kel): corresponde à tendência individual que cada fármaco possuí de ser eliminado e possui, portanto relação inversa com a meia-vida de eliminação (T ½ = 0,693/Kel).Ø  Meia-vida de eliminação (T1/2): é o tempo necessário para as concentrações plasmáticas ou a quantidade de fármaco no corpo serem reduzidas em 50%.

33-        Sob quais formas as drogas são mais facilmente excretadas?
RESPOSTA: Assim, muitos fármacos, para serem excretados, necessitam sofrer transformações químicas.A Biotransformação química de uma substancia faz com ela se torne inativa, ativa ou tóxica para o corpo. Assim, as drogas polares são excretadas em maior proporção pela urina, de forma inalterada. Enquanto os fármacos lipossolúveis (ou lipofílicos ou não polares) não são excretados de modo eficiente pelo rim, pois, a maioria é reabsorvida pelo túbulo distal voltando à circulação sistêmica

34-        Para que uma droga sofra o processo de reabsorção tubular passiva, qual deve ser a natureza da mesma?
RESPOSTA: Reabsorção tubular distal ou difusão passiva através do epitélio tubular: O epitélio tubular tem constituição lipoprotéica, portanto, os fármacos lipossolúveis têm maior facilidade de serem reabsorvidos pelo túbulo, diminuindo a excreção renal, inclusive as formas não-ionizadas são mais lipossolúveis e menos hidrossolúveis. Os fármacos polares são mais facilmente excretados porque estes possuem baixa permeabilidade tubular, não são lipossolúveis, assim, não sendo reabsorvidos, sendo facilmente eliminados pela urina, inclusive pode chegar a ter 100 vezes mais concentração do fármaco na urina do que no plasma. Com esta finalidade de facilitar a excreção, as fases I e/ou II da metabolização modificam os fármacos para se tornarem mais polares (geralmente, os fármacos conjugados são ionizados). A droga básica é mais rapidamente excretada na urina ácida, pois, o pH baixo no interior do túbulo favorece a ionização, portanto, inibindo a reabsorção (a ionização torna o fármaco hidrossolúvel, e, não lipossolúvel). A acidificação da urina leva ao aumento de prótons do fármaco (no caso, base fraca), e, conseqüentemente, à ionização e a excreção renal.

35-        Como se poderia aumentar a excreção de uma droga de natureza ácida?
RESPOSTA: Durante sua passagem pelo túbulo renal, uma fração significativa será reabsorvida por difusão passiva simples. Se o objetivo for acelerar a excreção da droga, é importante impedir a sua reabsorção do túbulo. Isso pode ser freqüentemente obtido ao ajustar-se o pH urinário para certificar-se de que a maior parte da droga esteja no estado ionizado. Em conseqüência desse efeito de partição do pH, a droga ficará “aprisionada” na urina. Assim, os ácidos fracos são habitualmente excretados mais rapidamente numa urina alcalina; em geral, as bases fracas são excretadas mais rapidamente em urina ácida Outros líquidos corporais em que a diferença de pH em relação ao pH sangüíneo pode ocasionar o seqüestro ou a reabsorção incluem o conteúdo do estômago e do intestino delgado, o leite materno, o humor aquoso e as secreções vaginais e prostáticas

36-        Porque a administração de probenecide prolonga a permanência da benzilpenicilina no organismo
RESPOSTA: A probenecide é um dos principais agentes uricosúricos, muito utilizado em associações de medicamentos (em especial antibióticos). É um derivado lipossolúvel do ácido benzóico que inibe a reabsorção de urato (sais e ésteres do ácido úrico) no túbulo contorcido proximal, aumentando assim a sua eliminação. Exerce efeito oposto sobre fármacos, em especial a penicilina (em uso concomitante com fenilbutazona) e derivados, inibindo a sua secreção nos túbulos renais e elevando suas concentrações plasmáticas. Em resumo, a probenecide é utilizada para aumentar a durabilidade do efeito medicamentoso, inibindo sua excreção. A probenecide inibe a secreção tubular de diversos fármacos, como o metotrexato e o metabólito ativo do clofibrato; entretanto, não há indicação clínica para a co-administração de probenecide na maioria dos casos

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2 comentários:

  1. O que acontece com a absorção de um fármaco que apresenta pKa 5 quando o mesmo se encontrar em um compartimento corporal de pH 2?

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  2. O que acontece com a reabsorção tubular distal de um fármaco que apresenta pKa 3 quando a urina do paciente é acidificada?

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