A
sociedade capitalista é uma sociedade produtora de mercadorias. Se olharmos à
nossa volta poderemos observar que praticamente todos os objetos que podemos
ver, tocar, sentir seu cheiro, enfim, quase todos os objetos que podemos
apreender pelos nossos sentidos são ou foram mercadorias. As roupas que vestimos
as paredes que compõem nossas casas, os alimentos que saciam nossa fome, os
aparelhos que facilitam nossa vida, todos eles, de uma forma ou de outra já
estiveram no mercado à espera de quem se interessasse em compra-los. Não é à
toa, portanto, que Marx, logo no primeiro capítulo de O Capital se ocupe em
definir o que é a mercadoria.
A mercadoria, diz Marx, é antes de tudo algo que satisfaça as necessidades humanas, sejam elas necessidades do estômago ou da fantasia. Qualquer mercadoria, portanto, deve satisfazer uma necessidade nossa; não há mercadoria que não tenha uma utilidade, que não seja produzida para atender a uma necessidade específica. Veja que Marx fala em necessidades do estômago ou da fantasia, ou seja, podem ser necessidades materiais ou espirituais. Pode ser um sanduíche que apenas mate nossa fome, como pode ser o sanduíche de uma determinada lanchonete famosa que, pode até não matar a nossa fome, mas que promete que lá seremos mais felizes
Mas, voltemos a essa ideia toda mercadoria tem uma utilidade. Podemos dizer, portanto, que toda mercadoria tem um valor-de-uso. O valor-de-uso de uma mercadoria é, como o próprio nome diz, a utilidade que ela tem para nós.
A mercadoria, diz Marx, é antes de tudo algo que satisfaça as necessidades humanas, sejam elas necessidades do estômago ou da fantasia. Qualquer mercadoria, portanto, deve satisfazer uma necessidade nossa; não há mercadoria que não tenha uma utilidade, que não seja produzida para atender a uma necessidade específica. Veja que Marx fala em necessidades do estômago ou da fantasia, ou seja, podem ser necessidades materiais ou espirituais. Pode ser um sanduíche que apenas mate nossa fome, como pode ser o sanduíche de uma determinada lanchonete famosa que, pode até não matar a nossa fome, mas que promete que lá seremos mais felizes
Mas, voltemos a essa ideia toda mercadoria tem uma utilidade. Podemos dizer, portanto, que toda mercadoria tem um valor-de-uso. O valor-de-uso de uma mercadoria é, como o próprio nome diz, a utilidade que ela tem para nós.
O
valor-de-uso de uma mercadoria depende de suas qualidades físicas. O vidro que
usamos em nossas janelas tem o valor-de-uso dado pela sua transparência, pela
sua capacidade de permitir que a luz passe através dele, associada à certa
rigidez que permite abrigar-nos, por exemplo, do vento, da chuva ou de ruídos.
Esta é a sua utilidade, este é o seu valor de uso.
Dissemos
acima que praticamente todos os objetos à nossa volta são ou foram mercadorias
e também dissemos que todas as mercadorias tem um valor-de-uso. Experimente
olhar novamente à sua volta para confirmarmos o que estamos dizendo. É possível
encontrarmos algum objeto que sendo ou tendo sido mercadoria não tenha uma
utilidade, algum valor-de-uso?
Na verdade, se olharmos atentamente, vamos perceber que estes objetos, em geral, não possuem apenas um, mas vários valores-de-uso. Um casaco que usamos não serve apenas para nos proteger do frio. Preenchemos com ele uma necessidade estética, uma necessidade de apresentarmos aos outros uma imagem mais bonita, mais alegre, mais forte, mais agressiva, mais sóbria, contestadora ou outra qualquer, que é inseparável da existência humana.
Na verdade, se olharmos atentamente, vamos perceber que estes objetos, em geral, não possuem apenas um, mas vários valores-de-uso. Um casaco que usamos não serve apenas para nos proteger do frio. Preenchemos com ele uma necessidade estética, uma necessidade de apresentarmos aos outros uma imagem mais bonita, mais alegre, mais forte, mais agressiva, mais sóbria, contestadora ou outra qualquer, que é inseparável da existência humana.
Mas,
atenção: se toda mercadoria é um valor-de-uso, nem todo valor-de-uso é uma
mercadoria. O exemplo mais claro disto está bem perto de nós: o ar que
respiramos satisfaz, sem dúvida, uma necessidade humana. Tem, portanto, um
valor-de-uso. Mas não é (pelo menos, por enquanto) uma mercadoria. Uma fruta
que eu colha no pé é um valor-de-uso, mas não é uma mercadoria. O pôr do sol
que eu paro para assistir é um valor-de-uso, mas não é uma mercadoria.
É que a
mercadoria possui, além do valor-de-uso, o valor-de-troca, ou seja, a
capacidade de ser trocada por outra mercadoria. Interessa-nos saber,
agora, como é que se estabelece
o valor-de-troca de uma mercadoria.
Já vimos
que o valor-de-uso de uma mercadoria é dado pelas suas qualidades físicas,
palpáveis, visíveis, sensíveis. Mas, o valor-de-troca é um pouco mais difícil
de compreender. Portanto atenção.
Quando
trocamos mercadorias, estabelecemos entre elas uma proporção. Eu digo que certa
quantidade da minha mercadoria vale uma certa quantidade da sua mercadoria. Se
você concordar, nós estabelecemos a troca. Mas, é claro, nós nunca trocaremos
mercadorias iguais; trocaremos sempre mercadorias diferentes. Então, como
podemos estabelecer esta proporção. Como podemos dizer que uma quantidade “x”
da mercadoria “A” vale tanto quanto uma quantidade “y” da mercadoria “B”?
Em se
tratando de coisas diferentes, precisamos encontrar algo que seja comum a elas
para que possamos estabelecer a proporção. O que há de comum entre um
carregamento de bananas e um lote de computadores? Entre caixas de água mineral
e agulhas de tricô? Entre mercadorias tão diversas que diariamente são levadas
ao mercado para serem trocadas entre si?
Para
resolvermos esta questão, olhemos novamente à nossa volta. Já observamos que
quase tudo que nos cerca é ou foi mercadoria. Já vimos também que todas elas
têm uma utilidade, um valor-de-uso para nós. Agora tente encontrar entre elas
algum objeto que não tenha sido produzido direta ou indiretamente pelo trabalho
humano.
Esqueça!
Você não vai encontrar nenhuma mercadoria que não tenha sido produzida pelo
homem. Aliás, o que você pode encontrar é inúmeros objetos que, mesmo não sendo
mercadorias, foram produzidos pelo trabalho humano. Mas toda e qualquer
mercadoria foi necessariamente produzida pelo homem.
Encontramos,
então, no universo quase infinito de mercadorias tão diferentes um elemento que
é comum a todas elas: o trabalho humano. Toda mercadoria necessita para sua
produção de certa quantidade de trabalho humano. Visto isso, podemos entender
porque mercadorias qualitativamente tão diferentes podem ser quantitativamente
comparadas a partir deste elemento: o trabalho humano.
O valor
de troca de uma mercadoria é dado pela quantidade de trabalho humano nela
contida, ou em outras palavras, pelo tempo de trabalho necessário para
produzi-la.
Fonte:
O capital: texto de apoio. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABvxUAK/capital-texto-apoio.
Acesso em 17 de set. 2013.
0 comentários:
Postar um comentário