A postagem de hoje pretende
apresentar sobre as concepções de aprendizagem, ou correntes epistemológicas,
que estuda sobre a teoria ou o processo do conhecimento, dentre muitas vamos
abordar sobre a corrente empirista (ambientalista), racionalista (inatista), interacionista
(Piaget) e histórico social (sócio-histórica de Vygotsky). Para maior compreensão do foco do estudo,
vamos destacar alguns pontos que envolvem estas concepções de aprendizagem
sobre as bases filosóficas e sua aplicação pedagógica, que constituem a relação
professor e aluno, a forma de aprender, conteúdos, didáticas, avaliações, e
outros. Portanto sinteticamente, vamos apontar algumas relações entre Piaget e
Vygotsky. Ambos concebem a criança como um ser ativo, atento, que
constantemente cria hipóteses sobre o seu ambiente. Há, no entanto, grandes
diferenças na maneira de conceber o processo de desenvolvimento. Quanto ao papel
dos fatores internos e externos no desenvolvimento Piaget privilegia a
maturação biológica; Vygotsky, o ambiente social.
INTERACIONISTA (PIAGET)
Um dos grandes expoentes da educação e pedagogia, Jean
Piaget se especializou na psicologia evolutiva e no estudo de epistemologia
genética. Seus estudos derrubaram várias visões e teorias tradicionais
relacionadas à aprendizagem, assim como buscaram implantar nos
espaços de aprendizagem uma metodologia inovadora que busca formar cidadãos
criativos e críticos.
A maior parte das pesquisas de Piaget refere-se à
compreensão do pensamento da criança em determinados períodos de sua vida e ao
estudo das diferenças entre crianças de diferentes idades. Piaget reuniu uma quantidade extraordinária de dados empíricos sobre o desenvolvimento de vários aspectos da cognição da criança.
Essa pesquisa empírica vai desde a primeira infância até a vida adulta e foi
toda realizada, por Piaget, seu colaborador Rousseau.
A teoria
de Piaget se destaca de outras pelo seu caráter inovador por introduzir uma
'terceira visão' representada pela linha interacionista que constitui uma
tentativa de integrar as posições dicotômicas de duas tendências teóricas que
permeiam a Psicologia em geral - o materialismo mecanicista e o idealismo -
ambas marcadas pelo antagonismo inconciliável de seus postulados que separam de
forma estanque o físico e o psíquico.
Consiste
em uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe que os seres humanos passam
por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis, tendo como pressupostos
básicos de sua teoria o interacionismo, a ideia de construtivismo sequencial e
os fatores que interferem no desenvolvimento.
Nessa
teoria, a criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo o momento
interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas. Essa
interação com o ambiente faz com que construa estruturas mentais e adquira
maneiras de fazê-las funcionar. O eixo central, portanto, é a interação
organismo-meio e essa interação acontece através de dois processos simultâneos:
a organização interna e a adaptação ao meio, funções exercidas pelo organismo
ao longo da vida.
A
adaptação, definida por Piaget, como o próprio desenvolvimento da inteligência,
ocorre através da assimilação e acomodação. Os esquemas de assimilação vão se
modificando, configurando os estágios de desenvolvimento.
A
educação na visão Piagetiana, com base nesses pressupostos, deve possibilitar à
criança um desenvolvimento amplo e dinâmico desde o período sensório- motor até
o operatório abstrato.
A escola
deve partir dos esquemas de assimilação da criança, propondo atividades
desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilibrações sucessivas,
promovendo a descoberta e a construção do conhecimento.
Para
construir esse conhecimento, as concepções infantis combinam-se às informações
advindas do meio, na medida em que o conhecimento não é concebido apenas como
sendo descoberto espontaneamente pela criança, nem transmitido de forma
mecânica pelo meio exterior ou pelos adultos, mas, como resultado de uma
interação, na qual o sujeito é sempre um elemento ativo, que procura ativamente
compreender o mundo que o cerca, e que busca resolver as interrogações que esse
mundo provoca.
É aquele
que aprende basicamente através de suas próprias ações sobre os objetos do
mundo, e que constrói suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo em
que organiza seu mundo. Não é um sujeito que espera que alguém que possui um
conhecimento o transmita a ele por um ato de bondade.
Em suma,
para Piaget, a construção do conhecimento ocorre quando acontecem ações físicas
ou mentais sobre objetos que, provocando o desequilíbrio, resultam em
assimilação ou, acomodação e assimilação dessas ações e, assim, em construção
de esquemas ou conhecimento. Em outras palavras, uma vez que a criança não
consegue assimilar o estímulo, ela tenta fazer uma acomodação e após, uma
assimilação o equilíbrio é, então, alcançado.
As ideias
de Piaget foram de grande relevância qualitativa na compreensão do
desenvolvimento humano, na medida em que é evidenciada uma tentativa de
integração entre o sujeito e o mundo que o circunda.
Convém,
porém, considerar que Piaget não propõe um método de ensino, mas, elabora uma
teoria do conhecimento e desenvolve muitas investigações cujos resultados são
utilizados por psicólogos e pedagogos.
HISTÓRICO-SOCIAL (VYGOTSKY)
Vygotsky,
professor, pesquisador e contemporâneo de Piaget, e nasceu e viveu na Rússia.
Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como
resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da
aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada
histórico-social.
O papel da instrução um fator positivo,
no qual a criança aprende conceitos socialmente adquiridos de experiências
passadas e passarão a trabalhar com essas situações de forma consciente. Se uma
transformação social pode alterar o funcionamento cognitivo e pode reduzir o
preconceito e conflitos sociais, então esses processos psicológicos são de
natureza social.
Defende a ideia de que a criança não é um adulto em miniatura, sendo
assim todo sistema mental da criança age de formas diferentes. A formação
docente deve ser de extrema importância para o estudo das diferentes abordagens
sobre as teorias do desenvolvimento para que o processo de ensino-aprendizagem
venha a responder ás necessidades do aluno/criança.
O mediador ajuda a criança a alcançar um desenvolvimento que não
conseguiu atingir sozinha, ou que não consegue atingir sozinha, eles são os
professores com maiores experiências na escola. O
professor mediador deve orientar o aluno de modo a conduzi-lo a desenvolver o raciocínio
da questão e por consequência da solução dos exercícios propostos, para que nos
próximos exercícios os alunos já possam desenvolvê-lo sozinhos e se acontecer o
contrário, ou seja, o professor simplesmente colocar a atividade proposta na
lousa e não conduzi-la a uma excelente explicação, os alunos não vão reconhecer
o processo de realização do problema e continuarão com dúvidas para resolver.
Autor: Rafael Barbosa
FONTE:
FAGUNDES,
I. Piaget. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/4850104/Piaget.
Acesso em: 13 de Set 2013.
SCHLMMER,
E. Projeto
de Aprendizagem. Disponível em: http://pead.ucpel.tche.br/revistas/index.php/colabora/article/viewFile/17/15.
Acesso em: 13 de Set 2013.
Jean Piaget. Disponível
em: http://www.suapesquisa.com/piaget/.
Acesso em 13 de Set 2013.
Teoria Interacionista: cognitivismo de
Piaget. Disponível em: http://amigadapedagogia.blogspot.com.br/2010/08/teoria-interacionista-cognitivismo-de.html.
Acesso em 13 de Set. 2013.
Vygotsky:
uma perspectiva histórico-cultural da educação. Disponível em: http://pt.shvoong.com/books/1868303-vygotsky-uma-perspectiva-hist%C3%B3rico-cultural/#ixzz29nPRwHW8. Acesso
em 13 de Set 2013.
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