rss email twitter facebook google pinterest

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Atuação do psicólogo escolar

A partir da década de 80, houve um numero significativo na participação do psicólogo na educação infantil, todavia está opção de trabalho gerou profissionais que não tem habilidade qualificada ou disponibilidade para o aperfeiçoamento na área da educação. As atividades dos psicólogos se restringiam mais em treinamentos aos pais e professores sobre o comportamento dos alunos (ansiedade, medos, indisciplina e etc..). Em outras, palavras, acontece uma transferência simplificada de práticas individualizadas de consultório para a escola (YAZILLE, 1997).

Segundo Yazille (1997) os fatores históricos que influenciaram a Psicologia Educacional, é que em 1869, Galton funda o estudo do comportamento humano, pela ótica das ciências físicas e biológicas. Trouxe avanços, para a Psicologia, em que criou instrumentos que permitiam a mensuração dos aspectos da aprendizagem. A criação do Laboratório de Psicologia em Leipzig, em 1879, trouxe contribuições com a Investigação Cientifica (Metodologia Experimental e Positivismo). A burguesia, com o projeto de encontrar mecanismos para obter harmonia, e modelo econômico, assentados nos interesses burgueses. O que resume uma Psicologia, que busca leis gerais de equalização, adaptação e normatização dos indivíduos.
Outros fatores são que durante o período de independência, a cultura foi forjada pela educação jesuítica, que pregava contra a Reforma Protestante. Já economicamente, a estrutura do Brasil, mantinha-se de uma colônia. O sistema de educação era dual, em que a responsabilidade da educação superior para novas elites, e o ensino médio ou técnico para as instituições religiosas. Os primeiros cursos superiores no Brasil, são além da Academia Real da Marinha e Militar, foram os de Medicina e Direito, destinados aos filhos das famílias, que sustentavam o poder. Entretanto, o conhecimento psicológico no Brasil, se deu nos trabalhos realizados por médicos de faculdades do Rio de Janeiro e Bahia (YAZILLE, 1997).
Segundo Yazille (1997) durante a formação do conhecimento psicológico no Brasil, temos um nome de destaque, Lourenço Filho, que em seu trabalhou detalhou sobre a História da Psicologia no Brasil, em que encontrou contradições na origem da psicologia brasileira. 1890, pela Reforma Benjamin Constant, o conhecimento psicológico entre em contato com área educacional, por meio da pedagogia. É importante destacar, que em 1906, no Rio de Janeiro, o Laboratório de Pedagogia Experimental (Pedagogium), sob a direção de Manoel Bonfim (tentava compreender a educação e os processos de aprendizagem com aspectos sociológicos).  É criado em São Paulo, em 1914, o Laboratório de Pedagogia Experimental. E em 1925, Lourenço Filho, assumiu a cátedra de Psicologia da Escola Normal de São Paulo.
Em Pernambuco em 1918, o médico Ulisses Pernambucano, apresentou sua tese, sobre “Classificação de Crianças Anormais”, em que destacava sobre a necessidade da educação dos deficientes mentais. Este médico em 1935 fundou o Instituto de Psicologia de Recife, para formação e especialização de educadores. Ulisses, também chegou a ser Diretor do Hospital dos Alienados, trouxe mudanças como suspensão do uso de camisas de forças, internamentos, destruição de calabouços, e suspensão da interferência da policia nos cultos afro-brasileiros (YAZILLE, 1997).
No Brasil, a influência da medicina na psicologia, foi muito grande, após a criação da Liga Brasileira de Higiene Mental (movimento que está ligado com Pós 2º Guerra Mundial), com forte inspiração psicanalítica.  É importante destacar que foi este movimento, que popularizou a psicologia aplicada na educação, com a criação de manuais dirigidos aos pais, professores e pediatras. Com Dr. Durval Marcondes, em 1938, ocorre um movimento de preocupação com a Saúde Mental, dos alunos, desde atendimentos, até a coordenação com uma equipe multiprofissional (YAZILLE, 1997).
Segundo Yazille (1997) na década de 20, o Brasil se expande industrialmente, intensificando o mercado interno e o modelo capitalista. Neste movimento histórico, começa a surgir ações populares nacionalistas, ações culturais e revolucionários, ações reivindicatórias e grevistas.  Com este cenário, o Movimento Escola Nova (escolanovismo), foi introduzido no Brasil, por Lourenço Filho e Anísio Teixeira. A Escola Nova tinha ideais democráticos norte-americanos, mito da igualdade de oportunidades, e uma educação que oferecia condições para o individuo desenvolver suas potencialidades.
Segundo Yazille (1997) reformas educacionais no período do Estado Novo, tornaram evidentes alguns aspectos da sociedade, ou seja, a distinção entre trabalho manual e intelectual (criação de escolas técnicas publicas e cursos profissionais industrial – SENAI, SENAC). Mediante, este contexto com debate educacional foi aprovado a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em 1961, sendo que Lourenço Filho presidiu a comissão. Até a criação do Curso de Psicologia da USP, em 1958, as atividades da Psicologia, era a atuação Clinica, Educacional, e do Trabalho. A partir de 1961, que a Psicologia Brasileira, com fortes tendências gestaltistas, reoriente seu enfoque para o neo-behaviorismo, com introdução da Análise Experimental do Comportamento.
A partir da década de 80, que a pesquisa educacional passou a recorrer as teorias históricas-críticas para compreensão dos impasses da educação brasileira. A psicologia escolar, como área profissional especifica, vinha se caracterizando pela psicologização das questões educacionais, originando praticas individualistas e ajustatórias, com ênfase nos processos de aprendizagem e nos procedimentos remediativos (YAZILLE, 1997).

Referencia:
Yazille, E. G. A. A atuação do psicólogo escolar: alguns dados históricos. In: Cunha.  Psicologia na escola: um pouco de história e algumas histórias. São Paulo: Arte Ciência, 1997. p. 11-38


Pagina Anterior Proxima Pagina Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário