A
partir da década de 80, houve um numero significativo na participação do
psicólogo na educação infantil, todavia está opção de trabalho gerou
profissionais que não tem habilidade qualificada ou disponibilidade para o
aperfeiçoamento na área da educação. As atividades dos psicólogos se
restringiam mais em treinamentos aos pais e professores sobre o comportamento
dos alunos (ansiedade, medos, indisciplina e etc..). Em outras, palavras,
acontece uma transferência simplificada de práticas individualizadas de consultório
para a escola (YAZILLE, 1997).
Segundo
Yazille (1997) os fatores históricos que influenciaram a Psicologia
Educacional, é que em 1869, Galton funda o estudo do comportamento humano, pela
ótica das ciências físicas e biológicas. Trouxe avanços, para a Psicologia, em
que criou instrumentos que permitiam a mensuração dos aspectos da aprendizagem.
A criação do Laboratório de Psicologia em Leipzig, em 1879, trouxe
contribuições com a Investigação Cientifica (Metodologia Experimental e
Positivismo). A burguesia, com o projeto de encontrar mecanismos para obter
harmonia, e modelo econômico, assentados nos interesses burgueses. O que resume
uma Psicologia, que busca leis gerais de equalização, adaptação e normatização
dos indivíduos.
Outros
fatores são que durante o período de independência, a cultura foi forjada pela
educação jesuítica, que pregava contra a Reforma Protestante. Já
economicamente, a estrutura do Brasil, mantinha-se de uma colônia. O sistema de
educação era dual, em que a responsabilidade da educação superior para novas
elites, e o ensino médio ou técnico para as instituições religiosas. Os
primeiros cursos superiores no Brasil, são além da Academia Real da Marinha e
Militar, foram os de Medicina e Direito, destinados aos filhos das famílias,
que sustentavam o poder. Entretanto, o conhecimento psicológico no Brasil, se
deu nos trabalhos realizados por médicos de faculdades do Rio de Janeiro e
Bahia (YAZILLE, 1997).
Segundo
Yazille (1997) durante a formação do conhecimento psicológico no Brasil, temos
um nome de destaque, Lourenço Filho, que em seu trabalhou detalhou sobre a
História da Psicologia no Brasil, em que encontrou contradições na origem da
psicologia brasileira. 1890, pela Reforma Benjamin Constant, o conhecimento
psicológico entre em contato com área educacional, por meio da pedagogia. É
importante destacar, que em 1906, no Rio de Janeiro, o Laboratório de Pedagogia
Experimental (Pedagogium), sob a direção de Manoel Bonfim (tentava compreender
a educação e os processos de aprendizagem com aspectos sociológicos). É criado em São Paulo, em 1914, o Laboratório
de Pedagogia Experimental. E em 1925, Lourenço Filho, assumiu a cátedra de
Psicologia da Escola Normal de São Paulo.
Em
Pernambuco em 1918, o médico Ulisses Pernambucano, apresentou sua tese, sobre
“Classificação de Crianças Anormais”, em que destacava sobre a necessidade da
educação dos deficientes mentais. Este médico em 1935 fundou o Instituto de
Psicologia de Recife, para formação e especialização de educadores. Ulisses,
também chegou a ser Diretor do Hospital dos Alienados, trouxe mudanças como
suspensão do uso de camisas de forças, internamentos, destruição de calabouços,
e suspensão da interferência da policia nos cultos afro-brasileiros (YAZILLE,
1997).
No
Brasil, a influência da medicina na psicologia, foi muito grande, após a
criação da Liga Brasileira de Higiene Mental (movimento que está ligado com Pós
2º Guerra Mundial), com forte inspiração psicanalítica. É importante destacar que foi este movimento,
que popularizou a psicologia aplicada na educação, com a criação de manuais
dirigidos aos pais, professores e pediatras. Com Dr. Durval Marcondes, em 1938,
ocorre um movimento de preocupação com a Saúde Mental, dos alunos, desde
atendimentos, até a coordenação com uma equipe multiprofissional (YAZILLE,
1997).
Segundo
Yazille (1997) na década de 20, o Brasil se expande industrialmente,
intensificando o mercado interno e o modelo capitalista. Neste movimento
histórico, começa a surgir ações populares nacionalistas, ações culturais e
revolucionários, ações reivindicatórias e grevistas. Com este cenário, o Movimento Escola Nova
(escolanovismo), foi introduzido no Brasil, por Lourenço Filho e Anísio
Teixeira. A Escola Nova tinha ideais democráticos norte-americanos, mito da igualdade
de oportunidades, e uma educação que oferecia condições para o individuo
desenvolver suas potencialidades.
Segundo
Yazille (1997) reformas educacionais no período do Estado Novo, tornaram
evidentes alguns aspectos da sociedade, ou seja, a distinção entre trabalho
manual e intelectual (criação de escolas técnicas publicas e cursos
profissionais industrial – SENAI, SENAC). Mediante, este contexto com debate
educacional foi aprovado a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em 1961, sendo que
Lourenço Filho presidiu a comissão. Até a criação do Curso de Psicologia da
USP, em 1958, as atividades da Psicologia, era a atuação Clinica, Educacional, e
do Trabalho. A partir de 1961, que a Psicologia Brasileira, com fortes
tendências gestaltistas, reoriente seu enfoque para o neo-behaviorismo, com
introdução da Análise Experimental do Comportamento.
A
partir da década de 80, que a pesquisa educacional passou a recorrer as teorias
históricas-críticas para compreensão dos impasses da educação brasileira. A
psicologia escolar, como área profissional especifica, vinha se caracterizando
pela psicologização das questões educacionais, originando praticas individualistas
e ajustatórias, com ênfase nos processos de aprendizagem e nos procedimentos
remediativos (YAZILLE, 1997).
Referencia:
Yazille, E. G. A. A
atuação do psicólogo escolar: alguns dados históricos. In: Cunha. Psicologia
na escola: um pouco de história e algumas histórias. São Paulo: Arte
Ciência, 1997. p. 11-38
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