Trata-se de um estudo na perspectiva
fenomenologica, sobre o cuidado do doente de câncer. Sobre esse ponto, o texto
apresenta a definição de cuidado ao longo da história, porém da enfoque a este
tema, com a visão de Heidgger. O termo cuidado tem origem no latim coera, o que para nós seria algo
semelhante à cura. Era utilizado para relações de amor e amizade, como uma
forma de preocupação. Ao longo da história, ocorreram varias transformações
quanto à utilização desta palavra, esta variação se deu de acordo com o
contexto histórico, ora sendo utilizado como auxilio da razão, como para
Platão, ora como dádiva divina, como para Epicteto. Durante a Antiguidade, a
base para o cuidado estava em projetos existênciais, os quais levariam o ser à
condição de arte do bem viver [grifo da autora], em outras palavras, à
felicidade. Mais adiante na história, encontramos a definição de Heidgger para
o cuidado, o qual, de forma resumida, seria aquele que molda o homem, cria as relações
entre humanos e gera a condição de humanidade. Nesta perspectiva, o homem é o
ser-no-mundo, ou ser-ai, e este homem do presente é o resultado de seus
projetos existenciais feitos no passado, e o inicio do projeto existencial
futuro – a autora afirma que somos criadores e criaturas em nosso nível
ontológico. Neste capitulo, cita uma passagem de Higino, presente também na
obra Ser e Tempo de Heidegger, onde há uma perspectiva do cuidado,
querendo demonstrar que nós como seres no mundo, estamos abertos a várias
possibilidades, as quais vão sendo aderidas de acordo com nossas escolhas e com
as interações com outros, tudo à luz do cuidado; cuidar, segundo a autora, é
projetar com responsabilidade.
Com base no exposto, a autora teve por objetivo descrever a dificuldade que o profissional da área médica tem em dar ao seu paciente, uma “assistência humanistica” (autentica), ou seja, o profissional médico, tem a dificuldade de fornecer ao seu paciente o devido cuidado. A autora ainda ressalta que, essa ausência de cuidado não está somente na área oncológica, mas atinge a área médica como um todo, o que se torna um pouco contraditório dentro da história da medicina ocidental, a qual tinha em sua essência a compreensão do homem como um todo (corpo+espirito), porém, foi com o avanço tecnológico que tomou o espaço do que antes era chamado de “arte da cura”. Com a chegada da tecnologia para esta área, houve um afastamento entre médico e paciente, além de uma redução da forma de ver o paciente, aquele que antes era avaliado como um todo, passou a ser visto somente como algo bioquímico, fazendo com que se perdesse a integridade biopsicosocial deste, assim a atuação médica perdeu o seu caráter humanístico. É neste contexto que a medicina desvia seu foco do paciente, para a doença. Com base nisso, a autora avalia essa “nova forma” do profissional de se portar ao seu paciente, como uma medicina perversa, cega e surda, onde o paciente não se expressa como pessoa, uma vez que não recebe o devido cuidado proposto inicialmente pela área médica. Para Heidegger, existe uma condição humana, de que somos lançados no mundo como seres finitos, isso em termos fenomenológicos, seria tratado como ser-para-morte, porém não tomamos consciência disso cotidianamente. O doente de câncer ao entrar em contato com a finitude humana, ou seja, ao perceber a condição de morte, é submetido a um desamparo, na qual, diferentente do cotidiano, faz com que ele tenha uma necessidade maior quanto ao cuidado das pessoas a sua volta, em especial do profissional médico, o qual possui uma representação social de alta confiabilidade. Com base no relatado sobre a deficiência quanto ao cuidado com o paciente, percebemos que precisa-se ocorrer uma mudança nesta relação médico-paciênte, uma vez que, quando este vai até o profissional, não busca só pela cura do seu mal estar, mas também uma forma de obter acolhimento por parte desse. A autora cita em sua obra, os autores Caprara e Franco, os quais sujerem que, para que haja uma melhoria no atendimento, precisa-se recuperar o contato entre as duas partes, onde o profissional precisa dar o devido cuidado ao sofrimento de seu paciente e saber ouvi-lo. De forma mais resumida, precisa-se recuperar a humanização nas prática médica. A autora afirma que sem o cuidado na área médica, a medicina perde seu sentido. Por fim, é importante ressaltar que Heidgger releva a importância do “zelo” e “preocupação” [grifo da autora] na relação de um ser com outrem, para relevar a consideração e paciência para com a condição ontológica do outro. Em sua conclusão a Profª Dr. Lucia Cecilia da Silva, afirma que há uma ausência desta preocupação em nosso nivel ontico, a qual acaba por repecurtir nas práticas médicas, e deixa uma questão para que seus leitores reflitam, onde pergunta sobre o nosso zelo com nossa existência, e afirma em seguida, que para que possamos responde-la basta olharmos para nossas ações, e conclui o texto, afirmando que sem o cuidado, não há mais uma condição humanidade para nós.
Com base no exposto, a autora teve por objetivo descrever a dificuldade que o profissional da área médica tem em dar ao seu paciente, uma “assistência humanistica” (autentica), ou seja, o profissional médico, tem a dificuldade de fornecer ao seu paciente o devido cuidado. A autora ainda ressalta que, essa ausência de cuidado não está somente na área oncológica, mas atinge a área médica como um todo, o que se torna um pouco contraditório dentro da história da medicina ocidental, a qual tinha em sua essência a compreensão do homem como um todo (corpo+espirito), porém, foi com o avanço tecnológico que tomou o espaço do que antes era chamado de “arte da cura”. Com a chegada da tecnologia para esta área, houve um afastamento entre médico e paciente, além de uma redução da forma de ver o paciente, aquele que antes era avaliado como um todo, passou a ser visto somente como algo bioquímico, fazendo com que se perdesse a integridade biopsicosocial deste, assim a atuação médica perdeu o seu caráter humanístico. É neste contexto que a medicina desvia seu foco do paciente, para a doença. Com base nisso, a autora avalia essa “nova forma” do profissional de se portar ao seu paciente, como uma medicina perversa, cega e surda, onde o paciente não se expressa como pessoa, uma vez que não recebe o devido cuidado proposto inicialmente pela área médica. Para Heidegger, existe uma condição humana, de que somos lançados no mundo como seres finitos, isso em termos fenomenológicos, seria tratado como ser-para-morte, porém não tomamos consciência disso cotidianamente. O doente de câncer ao entrar em contato com a finitude humana, ou seja, ao perceber a condição de morte, é submetido a um desamparo, na qual, diferentente do cotidiano, faz com que ele tenha uma necessidade maior quanto ao cuidado das pessoas a sua volta, em especial do profissional médico, o qual possui uma representação social de alta confiabilidade. Com base no relatado sobre a deficiência quanto ao cuidado com o paciente, percebemos que precisa-se ocorrer uma mudança nesta relação médico-paciênte, uma vez que, quando este vai até o profissional, não busca só pela cura do seu mal estar, mas também uma forma de obter acolhimento por parte desse. A autora cita em sua obra, os autores Caprara e Franco, os quais sujerem que, para que haja uma melhoria no atendimento, precisa-se recuperar o contato entre as duas partes, onde o profissional precisa dar o devido cuidado ao sofrimento de seu paciente e saber ouvi-lo. De forma mais resumida, precisa-se recuperar a humanização nas prática médica. A autora afirma que sem o cuidado na área médica, a medicina perde seu sentido. Por fim, é importante ressaltar que Heidgger releva a importância do “zelo” e “preocupação” [grifo da autora] na relação de um ser com outrem, para relevar a consideração e paciência para com a condição ontológica do outro. Em sua conclusão a Profª Dr. Lucia Cecilia da Silva, afirma que há uma ausência desta preocupação em nosso nivel ontico, a qual acaba por repecurtir nas práticas médicas, e deixa uma questão para que seus leitores reflitam, onde pergunta sobre o nosso zelo com nossa existência, e afirma em seguida, que para que possamos responde-la basta olharmos para nossas ações, e conclui o texto, afirmando que sem o cuidado, não há mais uma condição humanidade para nós.
SILVA, L.C. O cuidado In: O cuidado na Vivência do Doente de Câncer: Uma Compreensão Fenomenológica. Maringá: Eduem, 2009. Cap 3, 47-58.
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