Em sua vida acadêmica, com certeza você participará de
eventos científicos na qualidade de ouvinte.
Não subestime esse papel, pois o sucesso do evento
depende em boa parte da postura da audiência. Eis algumas diretrizes:
- Seja pontual. Conheça com antecedência o horário
e o local da apresentação que você deseja assistir.
Ao chegar atrasado, você pode “quebrar” o raciocínio do expositor,
bem como desviar a atenção da audiência do assunto tratado;
- Não cochile, boceje, espreguice. Se você estiver
cansado e com sono, é melhor ficar em casa. É bastante deselegante cochilar
durante a apresentação ou bocejar na presença do expositor. Mesmo que seu sono
ou indisposição não tenha nada a ver com o palestrante e o conteúdo ministrado,
você pode constranger o apresentador, sugerindo que a apresentação dele é
desinteressante e enfadonha. Se esse for realmente o caso, o melhor a fazer é
sair discretamente e tirar uma boa soneca em outro lugar. Agora se o assunto
for de seu interesse, adote algumas estratégias para combater o sono: anotar os
pontos que julgar importante pode funcionar;
- Desligue o celular. Antes de a apresentação
começar, desligue o seu celular (não basta colocá-lo no modo silencioso; sempre
temos uma justificativa plausível para manter o aparelho ligado, mas evite convencer-se
de que isso é inevitável). O toque repentino do seu aparelho certamente
atrapalhará tanto o expositor quanto a audiência. Você pode até se desculpar
pelo ocorrido, mas o estrago já foi feito. Você poderá nos momentos de
intervalo ou coffee break checar suas mensagens e retornar ligações;
- Evite o “entra e sai” da sala. Não há nada mais
inconveniente do que pessoas saindo e entrando no momento da apresentação. Uma
exposição oral tem começo, meio e fim. Se você sair e depois retornar terá perdido
a lógica do raciocínio da apresentação, o que inevitavelmente a tornará
desinteressante levando aos problemas anteriormente citados. Além do mais, você
corre o risco de, no momento do debate, fazer questões cujas respostas já
tenham sido tratadas em seções da exposição perdidas por você;
- Não se estenda nas questões ou comentários.
Geralmente é reservado um breve período de tempo para que a audiência faça
comentários ou perguntas ao expositor do trabalho. Tome cuidado para não “monopolizar”
o debate, ou tentar fazer uma palestra sua sobre o assunto. Seja breve e
conciso nas suas apreciações dando oportunidade para os demais participarem da
discussão;
- Não deprecie ou bajule o expositor. A audiência
tem a responsabilidade de promover um debate crítico de ideias. Mas não
confunda: criticar um trabalho não é depreciá-lo! Você não precisa concordar
com as ideias apresentadas (é até importante que haja pontos de vista
diferentes). Nesse caso, peça esclarecimentos, aponte lacunas e ambiguidades,
mas de modo respeitoso. Embora não seja necessário, espera-se que a pessoa, ao
fazer uma crítica, sugira possíveis caminhos para superar os problemas
indicados. Do mesmo modo, elogiar não é bajular; é identificar e apontar as
virtudes e as potencialidades do trabalho para que sejam mantidas pelos
pesquisadores. Se tiver dificuldade em não incorrer nesses dois extremos (depreciação
ou bajulação) é melhor não falar nada.
Fonte: LAURENTI, C; LOPES, C.
E. Dicas para apresentação e apreciação de trabalho oral em eventos
científicos. Maringá, 2013.
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