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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Análise: Frida Kahlo

Análise, a partir do filme “Frida Kahlo”, assim como das obras elaboradas pela Frida, com o intuito de entender sobre o conceito de projeção, e seus conflitos inconscientes. Por isso é proposto neste trabalho, não apenas analisar as obras de arte da Frida, mas como as cenas que apresenta os devaneios da pintora, enfatizando o simbolismo apresentado no filme. Portanto, para análise do filme e das obras, será utilizado o texto de Anzieu (1979), “O conceito e projeção em Psicologia”, em que trata sobre a conceituação da projeção desde sua utilização na física, até a sua utilização na Psicologia, sendo mais especifico a Freud, pela Psicanálise.
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon, conhecida como Frida Kahlo, nasceu em 6 de julho de 1907, em Coyoacan, no México, para uma vida cheia de percalços. Frida era uma revolucionária, e gostava de todas as coisas que era de origem do México. Frida foi uma militante comunista e agitadora cultural, Frida usou tintas fortes para estampar em suas telas, na maioria auto-retratos, uma vida tumultuada por dores físicas e dramas emocionais. Aos seis anos contraiu poliomielite (paralisia infantil) e permaneceu um longo tempo de cama. Recuperou-se, mas sua perna direita ficou afetada. Teve de conviver com um pé atrofiado e uma perna mais fina que a outra. Vítima de um terrível acidente que a prendeu sob um colete de gesso por toda a vida, a dor de Frida foi retratada em sua pintura de forma a marcar sua obra. O apelo universal de Frida se deve ao fato de que “suas pinturas trazem influências do renascimento europeu. Além disso, podemos compartilhar de sua dor, que é muito forte”.Frida possui até laços religiosos que a aproximam de seu país.”Sua obra traz muitas semelhanças com a arte da Polônia e dos países bálticos, devido a uma influência comum do imaginário católico. 

A história começa com Frida ainda adolescente, em 1922, na Cidade do México, no começo do filme já mostra que o bonde em que Frida vai para casa naquele dia se envolve num acidente terrível com um ônibus. A garota é encontrada a parte inferior de seu corpo atravessada por uma vara metálica. As cirurgias e o processo de recuperação que se seguem são infinitamente dolorosos e levam sua família à falência, mas, enquanto se recupera, ela começa a desenhar e pintar. A partir desse início terrível, o filme mostra como o sofrimento de Frida. E mais tarde, quando ela consegue andar outra vez vai visitar Rivera e pede que ele faça a crítica de seu trabalho.  A relação de Frida e Diego conquista uma química imediata entre eles, em que evolui para um romance que vira casamento. Embora a mãe de Frida desaprove, dizendo que é o casamento "de um elefante com uma pomba", os dois têm em comum sua natureza apaixonada e um profundo engajamento com a política radical
 Alguns dos fatos verídicos mostrados são mais surpreendentes do que qualquer ficção - por exemplo, o caso que Frida tem com o envelhecido Leon Trotsky ou tango sensual dela com Frida, que acaba revelando publicamente a bissexualidade da pintora mexicana. Apesar de trazer momentos belíssimos à tela, o final poético não é exatamente célebre. Percebe-se a dificuldade de encontrar equilíbrio entre a deterioração da relação de Frida e Diego, sua traição por sua irmã, sua prisão após o assassinato de Trotsky. E na sequência o filme termina, com a “mudança” de Rivera, e em que nos momentos finais e difíceis de Frida, este se propõe a cuidar dela, nas suas dificuldades de saúde, assim como termina o filme, com o momento, em que as pinturas de Frida são demonstradas a pessoas.

O CONCEITO DE PROJEÇÃO EM PSICOLOGIA
O texto inicia, com apresentação da definição, de Frank, que em 1939, utilizou a expressão “métodos projetivos” para explicar o teste de associação de palavras de Jung (1904), os testes de manchas de tinta de Rorschach (1920) e T.A.T. (teste de invenção de histórias) de Murray (1935). Frank mostrava que tais técnicas formam o protótipo de uma investigação dinâmica e global da personalidade, ou seja, aborda a personalidade como uma estrutura em evolução, cujos elementos constitutivos se encontram em interação (ANZIEU, 1979). Segundo o autor, a palavra “projeção”, deriva três sentidos etimológicos: Num primeiro sentido, a palavra denota uma ação física, por exemplo, um lançamento de projéteis. Já Freud, destaca que a paranóia consiste em expulsar a consciência os sentimentos repreensíveis, atribuindo-os a outra pessoa (ANZIEU, 1979). É possível relacionar, com o filme de Frida, no dado momento que as pinturas de Frida são formas de dar expressão consciente aos sentimentos, por exemplo, no momento em que acontece a traição do seu esposo (Diego) com sua irmã, logo em seguida faz uma obra de arte, em que é demonstrando os seus sentimentos
No segundo sentido, é matemático, em que se encontra na geometria projetiva, em que a projeção estabelece correspondência entre um ponto do espaço e um ponto de uma superfície. O terceiro sentido da palavra “projeção”, tem origem na ótica, em que uma projeção luminosa envia raios sobre a superfície. A palavra projeção foi transposta para psicofisiologia, em que uma sensação é projeta para um órgão, e pela psicologia, em que os estados afetivos são projetados pelo sujeito. Na Psicologia, a palavra projeção ganha sentido, como descarga de impulsos e emoções, no segundo sentido estabelece uma correspondência estrutural entre a personalidade e as produções individuais, e o terceiro sentido é o veiculo das representações arcaicas da imagem do corpo (ANZIEU, 1979). Na pintura[1] é retratado após o divórcio de Diego, em que sinaliza o corte dilacerado da realidade, em que Frida objeto de amor de Diego, expõe, que se coração era ligado por uma artéria. Por isso a tesoura mostra que a traição foi cortada pela tesoura, o que antes era ligado com irmã. É possível ser apontado que a hemorragia, ou o cenário demonstra a melancolia, que Frida estava sentindo e passando com a traição e o divorcio. Portanto, é possível a projeção acontece em que seus sentimentos são projetados nas telas, sendo que o episódio em que seu filho[2] não nasce retrata a mesma realidade. Por isso, no caso de Frida é a forma em que ela utiliza para fazer a descargas de suas emoções, assim como é nítido percebe que é estabelecido relação com as pinturas e os sentimentos que está enfrenta, seja no divórcio, na perda da criança, ou nos momentos de dor ou conflito.
Segundo Freud, a projeção num primeiro momento seria “uma percepção interna é reprimida, e substituindo-a, seu conteúdo, após sofrer certa deformação, chega à consciência sob a forma de uma percepção vinda do exterior”. Por isso neste caso a projeção é a expulsão de um desejo intolerável e sua rejeição para fora da pessoa, em outras palavras, é a projeção daquilo que não se quer ser. (ANZIEU, 1979). É possível ver tal definição, na tela “eu sou um pobre veadinho ferido” [3], em que Frida representa esse cárcere que enfrente no seu corpo violentamente atacado que contrasta com o olhar fixo e impenetrável, de suportar seu martírio. Por isso, é passível de entender a projeção se encontra a medida que expulsa o desejo, de não ficar no estado doentio, e por isso o projeta, a medida que o faz, de uma maneira diferente, como de um veadinho. Já num segundo momento, o autor amplia o campo para as técnicas projetivas. Por isso a projeção conserva o conteúdo do sentimento inconsciente, deslocando o objeto de tal sentimento (ANZIEU, 1979). É possível ver na pintura em que se ela, se retrata, após as cirurgias e  as mudanças no seu corpo[4], Frida insistia em dizer que não estava doente, mas na imagem é possível perceber seu deslocamento. Por isso, é plausível destacar que neste momento, para Freud, a projeção ganha outra espaço, e tal conceituação é vista a medida que Frida, se retrata, mas desta vez, toda passada por “ferros” e outros materiais cirúrgicos.

REFERENCIA
ANZIEU, D. O conceito de projeção em psicologia. Em: ANZIEU, D. Os métodos projetivos. Trad. Maria Lucia Eiraldo Silva. 2ª. Ed. Rio de Janeiro. Ed. Campus, 1979. p.15-31 .
Frida Kahlo: análise de imagem. Disponível em: http://sobredesign.wordpress.com/2007/06/26/frida-kahlo-analise-de-imagem/. Acesso 27 de Mar. 2014.
MORAIS, K. Resenha: Frida. Disponível em: http://designblogfacu.blogspot.com.br/2011/04/teste.html Acesso 27 de Mar. 2014.



[1] Ver Anexo: Imagem1
[2] Ver Anexo: Imagem2
[3] Ver Anexo: Imagem3
[4] Ver Anexo: Imagem4


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