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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Psicologia em Tres faces


Segundo Sampaio (ano) o ponto de partida da Psicologia do Trabalho é o inicio do século XX, com a Revolução Industrial, com a escola clássica da administração (taylorismo), que se trata da ideologia administrativa, que busca obter aumento da produção, pela técnica de controle do trabalho, e da produção de massa. Até o momento a Psicologia tem base nas diferenças individuais, no funcionalismo e o behaviorismo. O primeiro livro na área “Psychology and industrial efficiency”, escrito por Hugo Munsterberg, que apresenta como tese central, o estudo da produtividade (output) em função do esforço (input).  A Psicologia Industrial resumia-se em seleção e a colocação profissional. Segundo Brown (1976), nos anos 20, a Psicologia Industrial, tinha a pratica de orientação vocacional, baseada em testes, e estudos sobre as condições de trabalho, com o fim o lucro.
Neste momento, não transformam a organização do trabalho, mas reduz os efeitos mecanicistas da organização, ao melhor os relacionamentos, entre os empregados. Neste contexto consideravam o conflito, como patológico, e cindiam o “mundo do trabalho”, do “mundo dos afetos”. Na Segunda Guerra Mundial, desenvolveram-se técnicas de colocação de pessoal, treinamento, classificação de pessoal e avaliação de desempenho. Outra área de destaque foi a engineering psychology, que projetava equipamentos conforme as capacidades/limitações humanas. No pós-guerra é desenvolvido o psicodrama e a sociometria, assim como a teoria da dinâmica de grupos de Lewin, e os trabalhos do Laboratório Nacional de Treinamento (NTL).
  A Psicologia Organizacional surgiu, conforme os estudos começaram a construir na discussão das estruturas da organização. Alguns autores diferenciam Psicologia Industrial da Psicologia Organizacional, sendo que a primeira atua a serviço de indústrias, e a segunda amplia o mercado de trabalho. A Psicologia Organizacional, não foi uma ruptura radical com a Psicologia Industrial, sendo apenas uma ampliação do objeto de estudo, porque o foco ainda era a produtividade. O caráter instrumental da Psicologia Organizacional supervalorizou as teorias comportamentais, que maximizavam a influencia do ambiente no comportamento humano e minimizavam a influencia intrapsíquica. Nos anos 60, proposta de mudança planejada das organizações (Desenvolvimento Organizacional). Visão mais complexa, mas ainda mecanicista dão suporte ao desenvolvimento interpessoal, como análise transacional. Na segunda face, no início dos anos 70, a procura foi por efeitos do ambiente e da tecnologia no contexto da organização do trabalho. As teorias administração deixam a prescrição, e voltam para o caráter de descrição, explicação e crítica. O reposicionamento da Psicologia do Trabalho, leva da produtividade, para uma compreensão do homem que trabalha. Antes era funções/sistemas das organizações, agora são políticas. O que antes era fixo e indispensável, agora são resultados de ações de grupos de atores sociais nas organizações (SAMPAIO, ANO).
A diferença entre Psicologia do Trabalho (stricto-sensu) e suas antecessoras é que na terceira face preocupa-se com a compreensão do trabalho humano, em primeiro lugar.  As duas escolas, que fundamenta a Psicologia do Trabalho, é a escola latina, com forte influencia da Psicossociologia e da Psicanálise, e a escola anglo-saxã, com influenciada pela metodologia de base indutiva, pela teoria organizacional e pela base psicofisiológica. Na escola latina, temos Dejours, que propõe um estudo sobre o sofrimento humano, baseada no pensamento psicanalítico. Na escola anglo-saxã, destacam os estudos de inglês Cooper sobre estresse laboral, que vem sendo utilizados como instrumentos de mudança organizacional. Novos modelos administrativos (modelo japonês; reengenharia) exige posicionamento com os impactos de novas tecnológicas gerenciais sobre o comportamento e o psiquismo humano. A Psicologia do Trabalho em três faces tem três momentos diferentes da constituição de sua prática, e por isso a pergunta fundamental é como se dá a ação do psicólogo do trabalho em campo. Os profissionais mesclam instrumentos e práticas que foram desenvolvidos nos contextos histórico-sociais da Psicologia Industrial e Organizacional, com atividades teórico-práticas da terceira face. Por isso é necessário distinguir a Psicologia do Trabalho stricto-sensu (terceira face de uma Psicologia do Trabalho) do seu sentido genérico (SAMPAIO, ANO).
Na terceira face, o psicólogo tem suas atividades voltadas para a seleção e colocação de pessoal estão voltadas agora para a elaboração de perfil profissiográfico, assim como a realização de análise e descrição de função, aplicação de testes psicológicos em seleção e provas situacionais. Já sobre o planejamento de Recursos humanos, está voltado para análise da entrevista de admissão, assim como análise de entrevistas de desligamento e a elaboração de estudos sobre qualidade de vida no trabalho. Sobre o treinamento de pessoal se relaciona como o levantamento de necessidades de treinamento, como também a realização de consultoria em treinamento de pessoal. Já o desenvolvimento de Recursos humanos, se constitui pela manutenção de planos de carreiras, assim como a promoção de programas educacionais e culturais. Neste contexto é proposto a avaliação de desempenho, relacionado com a escolha de tecnologia de elaboração do programa, a implementação de programas de avaliação de desempenho nas organizações, assim como elaboração de propostas de mudança organizacional baseadas nos resultados do programa de avaliação de desempenho. A saúde mental do trabalho está marcada pela realização de estudos epidemiológicos sobre saúde mental no trabalho, assim como a implantação de gestão de programas preventivos de saúde mental no trabalho  e a realização de diagnóstico organizacional em saúde mental no trabalho. Outro fator é o plano de cargos e salários, que está voltado para a realização de análise organizacional visando à implantação de plano de cargos e salários, assim como a descrição e especificação de cargos, e também a realização de análise de cargos. Já de outro lado as condições de trabalho se relacionam pela participação em equipe multidisciplinar de intervenção ergonômica no trabalho, e também o treinamento de empregados em prevenção de acidentes de trabalho juntamente com o técnico de segurança do trabalho (SAMPAIO, ANO).



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