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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Um resgate conceitual e histórico dos modelos de gestão de pessoas


O modelo de gestão de pessoas é forma que a empresa se organiza para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho, para tanto é necessário definir princípios, estratégias, políticas e práticas ou processos de gestão, por meio de mecanismos e diretrizes. Por isso é inquestionável que o comportamento humano influencia no trabalho, como por exemplo, a contaminação nos refrigerantes da Coca-Cola ou os problemas nos pneus Firestone. Um dos pensamentos equivocados, é que no mundo fast food, ou da informação, o comportamento humano perderia espaço, pelo contrário os negócios são dependentes do fator humano.
O comportamento humano é o fator de diferenciação e potencializando a vantagem competitiva. Por outro lado, não significa a humanização no trabalho, ou o privilégio humano em detrimentos dos valores da organização. Por exemplo, o fator humano, se refere às contribuições do ser humano, no McDonald’s, com cortesia e jovialidade, é diferente da Linha área TAM, que transmite confiança e segurança. A organização depende do desempenho humano, para o sucesso, neste caso chama de modelo de gestão de pessoas, que visa atuar sobre o comportamento, desde fatores internos e externos (a cultura de trabalho de dada sociedade, sua legislação trabalhista, papel do Estado e agentes que atuam nas relações do trabalho) da proporia organização.  Em cada contexto, a uma modalidade de gestão, que por definição diferencia a empresa no mercado.
Os fatores internos, estão relacionado a tecnologia adotada determina forte o comportamento que se espera dos funcionários, como o padrão de maquinas em linhas de produção, espera-se do funcionário velocidade e ritmo, e não se espera iniciativa e autocontrole.  Assim como a tecnologia adotada, a estratégia de organização do trabalho traz o mesmo impacto para o modelo de gestão, é pertinente destacar, que organização visa o comportamento exigido pelo processo. É plausível distinguir gestão de pessoas e gestão de trabalho, que atuam no mesmo campo organizacional. A cultura organizacional influencia e ao mesmo tempo é influenciada pelo modelo de gestão de pessoas de uma organizacional. Um dos principais papéis do modelo de gestão é reforçar e reproduzir pressupostos na cultura organizacional. A estrutura ou modelo organizacional delineia as características do modelo de gestão de pessoas dominante na empresa, como departamental ou matricial. Os fatores externos são classificados, em duas categorias, os advindos da sociedade, e os que têm origem no mercado. Os fatores sociais são as forma que a sociedade regula o trabalho e as relações. As variáveis sociais exercem mais um papel de restrição que de definição dos modelos.
O comportamento organizacional não é produto direto de um processo de gesta, mas o resultado das relações pessoais, interpessoais e sociais que ocorrem na empresa. Os componentes formais de um modelo de gestão de pessoas se definem por princípios (orientações de valor e as crenças básicas que determinam o modelo e são adotadas pela empresa), políticas (estabelecem diretrizes de atuação que buscam objetivos de médio e de longo prazo para as relações organizacionais, ou seja, são orientadoras e integradoras dos processos especificamente voltadas para gestão) e processos (cursos de ação previamente determinados, não podem ultrapassar os limites dos princípios de gestão e visam alcançar os objetivos traçados, orientados por políticas específicas) que interferem nas relações humanas no interior das organizações. Integra ao modelo de gestão de uma organização, o estilo do gerente das equipes. O desempenho organizacional, ou seja, modelo pelo qual opera a estrutura da organização.
A administração de recursos humanos, é resultado do desenvolvimento empresarial e da evolução da teoria organizacional nos EUA, o que seria uma produção com visão de departamento pessoal, um conceito que reflete a imagem de uma área de trabalho voltada para as transações processuais e os tramites burocráticos. Surgimento de departamento pessoal, em 1890, com a NCP Corporation, o objetivo dos gerentes de pessoal, que atuavam nesta área, era estabelecer um método que pudesse discernir, entre a massa de candidatos a empregados qualificados. O aparecimento do departamento pessoal ocorreu quando os empregados se tornam um fator de produção cujos custos deveriam ser administrados racionalmente com custos de produção.
Importante destacar que a separação entre o divórcio entre teoria e prática começa a ser percebido com a psicologia humanista. A ideologia organizacional dominante no inicio do século XX, a administração cientifica, era compatível com um departamento pessoal, voltado para a eficiência de custos e busca de trabalhadores.Pode-se argumento os pressupostos tayloristas, e os princípios do Elton Mayo.
Sobre o modelo de gestão de pessoas como gestão do comportamento humano, é plausível discutir que a utilização da psicologia como ciência para compreender a vida organizacional, com foco de ação da gestão de recursos humanos. Nas décadas de 1930 e 40, predominaria a linha Behaviorista do Instituto de Relações Humanas da Universidade Yale, com sua principal contribuição seria a criação de instrumentos e métodos de avaliação e desenvolvimento de pessoas. Em 1930, Abraham Maslow romperia com o behaviorismo, para a psicologia humanista, na teoria organizacional.  Em 1960 e 70 a escola de relações humanas, predominou como matriz de conhecimento em gestão de pessoas. O foco de atuação se concentraria no treinamento gerencial, nas relações interpessoais, nos processos de avaliação de desempenho, perfis gerenciais, e processo de gestão de pessoas. Em 1975, Milessi, classifica o modelo de gerenciamento em: tradicional (gerenciamento em dar ordens e monitorar subordinados), modelo de relações humanas (gerentes devem reconhecer as expectativas dos funcionários) e modelo de recursos humanos (o papel do gerente seria promover atitudes de autodeterminação e autogerenciamento entre os subordinados).
O modelo estratégico de gestão de pessoas está relacionado com as décadas de 1970 e 80, com um novo critério de efetividade na modelagem dos sistemas de recursos humanos (caráter estratégico). A gestão de pessoas com escopo a estratégia é de buscar uma harmonia entre políticas empresarias e fatores ambientais, assim como ruptura com as escolas comportamentais. Indivíduo motivado não significa nada para as diretrizes estratégias da empresa. Nesta perspectiva assume o pressuposto da adaptação e implementação, ou seja, o papel de recursos humanos se resumiria a adaptar-se a estratégia de negócio e a implementar sua diretriz específica. Em Harvard, 1980 desenvolve uma nova gestão estratégia de pessoas, como filosofia de participação, processos de recursos humanos, sistema de recompensa e trabalho. No Brasil, em 1987 por Albuquerque realizou uma pesquisa abrangente e elucidativa, em que a conclusão foi que o executivo de recursos humanos, era envolvido com formulações de estratégias organizacionais. O novo conceito articulado com modelo de gestão visa orientação estratégica para as políticas e praticas de RH.
É importante ressaltar a incapacidade das empresas transformarem estratégias em ações praticas por isso o foco é a sustentação da vantagem competitiva, que introduz a noção de valor agregado ao produto, e de cadeia de valor como elementos fundamentais para empresa.  A reengenharia nas décadas de 1980 e 90 propõe a mudança radical de todos os princípios que orientaram a administração de empresas. A reengenharia está relacionada com o acirramento inusitado da concorrência, o controle da relação com a empresa assumido pelo cliente e a mudança transformada em paradigma básico da gestão empresarial, assim como racionalizar e diminuir o custo fixo com mão-de-obra. A reengenharia de processos provoca impactos na gestão de recursos humanos, com unidades de trabalho de departamento em equipes de processo, os serviços mudam de tarefas simples para trabalhos multidimensionais, papeis das pessoas mudam de controlados para autorizados, a preparação dos serviços de treinamento para educação, os valores mudam de protetores para produtivos, e os gerentes de supervisores para instrutores.
A empresa competitiva seria aquela que além de reengenharia e da simples reestruturação operacional, tem condições de criar um novo espaço competitivo em vez de esforçar-se por se posicionar melhor no espaço competitivo atual. A importância da competição pela liderança em competência está na precedência da competição pela liderança em produtos. A busca e a internalização das competências essenciais definirão as empresas que estarão competindo pelas oportunidades. A principal tarefa do modelo competitivo de gestão de pessoas seria mobilizar essa energia emocional, ou seja, desenvolver e estimular as competências humanas necessárias para que as competências organizacionais da empresa viabilizem.
Portanto, o autor conclui que a história da administração de recursos humanos revela a adoção de políticas ou instrumentos padronizados, em cada fase e conceito. Um novo modelo se caracteriza pela nova lógica nas praticas de gestão. O processo de mudança nas organizações consiste, em usar o termo modelo em substituição de sistema, área ou setor, em que busca ampliar as ações do RH. O modelo pode abranger procedimento que envolve funcionários com definições estratégicas. Os profissionais especializados passam a reconhecer a área de recursos humanos.


REFERENCIA: UM RESGATE CONCEITUAL E HISTÓRICO DOS MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS – ANDRÉ LUIZ FISCHER. LIVRO: AS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO. P.11 - 33

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